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Os sonhos de estudar mecânica, de ser jogador de futebol, tornar-se policial do Ronda do Quarteirão, de ser pai pela primeira vez. Os planos de curto prazo de assumir um emprego de carteira assinada, voltar à escola, visitar a família no Interior com o 13° salário, participar do torneio de futsal, de escolher o presente do Dia das Mães. Projetos interrompidos na Chacina da Grande Messejana, que amanhã completa seis meses.
Da saída com amigos à tragédiaJovem morto em chacina queria estudar mecânicaAproveitando sinal do wi-fiO sonho de se tornar jogadorJovem morreu sem conhecer o filhoVendendo o último cigarroTentou comprar um cigarroSonhava ser policial do Ronda do QuarteirãoPediu bênção antes de sair de casaA ida sem volta ao CurióFamílias cobram respostas de investigação sobre chacina do Curió
Em novembro passado, Fortaleza testemunhava a maior chacina já registrada na história da Capital, com a divulgação de 11 mortes durante a madrugada. Uma barbárie executada por pelo menos 38 policiais militares, segundo as investigações da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Carnificina que deixou ainda sete pessoas feridas, banhando calçadas de sangue e impregnando o medo em ruas dos bairros Curió, Lagoa Redonda, Alagadiço Novo e Messejana.
O POVO apresenta a história de vida de dez vítimas da chacina, que completa seis meses amanhã. Até aqui, eles integraram uma lista de nomes. Agora, ganham trajetórias e rostos próprios. A vida de jovens e adultos foi revelada por aqueles que pelejam por justiça, na forma de punição aos protagonistas da matança, desde aquela quinta-feira de 12 de novembro de 2015. Memórias de quem viu dor e revolta virarem as companheiras mais próximas.
Das lembranças dos familiares e amigos, surgem as histórias das vítimas perpassadas pela paixão pelos esportes, sobretudo, o futebol. Os textos a seguir foram escritos com base nos depoimentos colhidos durante entrevistas nos territórios afetados pela tragédia. Algumas pessoas falaram abertamente, abrindo mão da condição de sigilo. Outras, por medo de represálias, pediram anonimato. O POVO optou por não divulgar os nomes de nenhum dos entrevistados.
O caminho até as vítimas
Mudanças de endereço, medo de represálias e comunidades hostis a figuras estranhas ao território. Nas últimas semanas, têm sido essas algumas das dificuldades para se chegar a familiares e conhecidos das vítimas da chacina. Pessoas que preferem se manter fora das coberturas jornalísticas sobre o caso por nem saberem as consequências ou quem são os policiais que ainda se fazem presentes nos bairros. Não foi possível, por exemplo, rastrear a existência de um dos jovens com morte notificada em Messejana: Marcelo da Silva Pereira, de 17 anos.
No Conjunto São Miguel, foram pelo menos três famílias que deixaram suas casas depois da tragédia. Com a indicação de vizinhos sobre nomes e localizações, a reportagem alcançou duas delas. A única vítima com um relato e sem um rosto é Valmir Ferreira da Conceição, que morreu aos 37 anos. A história foi recontada por uma das vizinhas, que não possuía imagens dele. A esposa de Valmir se mudou no dia seguinte à chacina.
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