Aberta e fechada por protestos opostos, a semana política que passou foi farta em elementos que preencheriam um roteiro de ficção. Em dias de turbulência, o governo Dilma Rousseff entrou em disputas que não deixa no período que se encerra. Seja no imbróglio do ministério de Lula, abertura da comissão do Impeachment ou escalada das tensões entre governo e Lava Jato, o Planalto abriu embates sem trégua, mas cujo fôlego ainda está longe de acabar.
Como em toda história que se preze, o inesperado foi elemento constante entre o ritmo acelerado dos acontecimentos. Carta na manga de Dilma para arrefecer a crise política, a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil acabou tendo efeito inverso do esperado.
Gerando protestos e polêmicas que marcaram o período, nomeação feita na quarta-feira, 17, terminou a semana suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O governo, no entanto, já recorre da decisão ao pleno da Corte, dando novo fôlego ao embate.
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Já as ruas, que vinham sendo maior dor de cabeça para o Planalto após protesto de mais de três milhões no domingo, acabaram mostrando força inesperada após grande adesão a manifestações anti-impeachment na sexta-feira. “Dois anos e dez meses com a Dilma são tempo suficiente para virar a história deste País”, disse Lula, durante evento pró-governo na Avenida Paulista.
A depender de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no entanto, a gestão pode não ter tanto tempo. Emplacando aliados nas principais posições da comissão que analisará o impeachment, instalada nesta semana, o presidente da Câmara dá sinais de que manobrará para garantir celeridade no andamento do caso.
Realizando atípica sessão legislativa na sexta-feira, Cunha garante que a próxima semana já inicie com prazo de nove sessões para a defesa de Dilma no processo.
Lava Jato
Mesmo com batalhas nas ruas, no Legislativo e Judiciário, tensão acabou atingindo um de seus pontos mais altos no endurecimento de relações entre governo e a Operação Lava Jato. Após a divulgação de telefonemas entre Dilma, Lula e outras lideranças do PT, o Planalto teve sua mais dura reação contra investigadores do caso.
“Em muitos lugares do mundo, quem grampear um presidente vai preso”, disse a presidente, que prometeu “ações cabíveis” contra autor dos grampos, o juiz federal Sérgio Moro. A ofensiva foi repercutida também pelo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que sugeriu crime na gravação de conversas envolvendo a presidente.
As interceptações, que permearam o noticiário político e geraram questionamentos inclusive de ministros do STF, teriam sido defendidas, no entanto, pela Procuradoria Geral da República e são amplamente apoiadas em manifestações pró-impeachment.
O retorno da investigação envolvendo o ex-presidente Lula a Moro, prevista na decisão do ministro Gilmar Mendes, prevê novo round e novos tensionamentos entre Planalto e Lava Jato.
Saiba mais
No domingo, manifestação pró-impeachment reuniu, segundo o Datafolha, cerca de 500 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. De acordo com o mesmo instituto, manifestações contra a destituição de Dilma reuniram, também na Paulista, 95 mil pessoas.
Para as próximas semanas, já estão marcados novos atos anti-governo em São Paulo e diversas outras cidades. Manifestantes prometem “acampar” na Avenida Paulista até que seja votado o impeachment.
Além das repercussões da semana que passou, são esperadas ainda para os próximos dias novas delações premiadas da Lava Jato, incluindo a do ex-diretor da OAS, o empreiteiro Léo Pinheiro. Medida que pretende afastar Cunha da presidência da Câmara também será julgada pelos ministros do STF.
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