O titular da 10ª Vara da Fazenda Pública da Capital, juiz Demetrio Saker Neto, decidiu ontem manter a liminar concedida pelo juiz plantonista Manoel de Jesus da Silva Rosa, que impedia a Prefeitura de Fortaleza de dar início às obras na Praça Portugal. A liminar havia sido dada na última segunda, 10. Segundo a ordem judicial, os trabalhos só poderão continuar quando o projeto for debatido e apreciado pela Câmara dos Vereadores. Também foi estabelecida multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
A Prefeitura, por sua vez, informou que a ordem será acatada. Entretanto, o Executivo afirmou que continuará com as obras de remoção do canteiro da avenida Dom Luís para implantação do binário com avenida Santos Dumont, já que a decisão vale apenas para a Praça Portugal. Por meio da assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça do Ceará confirmou a informação e destacou que a petição do vereador Ronivaldo Maia (PT) se referia apenas à praça.
Competências
Ontem, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos informou que a documentação está sendo analisada pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), responsável por essa autorização, e a licença deve ser emitida em breve. Por essa ausência, não há intervenção direta nas árvores do canteiro.
Para o servidor público e outros presentes, a ação nos canteiros prejudicaria as árvores, o que a Secretaria de Conservação nega. Poucas horas depois da paralisação pela ausência da documentação, os funcionários voltaram ao trabalho, indicando ordens superiores, conforme informou o advogado Carlos Mourão, membro da Rede Nacional de Advogados Populares no Ceará (Renap) e que acompanhou o processo na noite da última terça.
Segundo ele, a questão era de precaução ao meio ambiente e aos danos que poderiam ser causados. Com a retomada da obra, a Polícia foi chamada e todos foram levados ao 2º Distrito Policial, no Meireles, onde prestaram depoimentos e foram liberados.
Apesar de o servidor envolvido no caso ser procurador licenciado da Semace, o órgão emitiu nota informando que Martinho Olavo não falava em nome da secretaria. O próprio servidor, em contato com o Blog do Eliomar ontem, confirmou que não promoveu a abordagem em nome da Semace, mas pelo dever funcional que exerce e o obriga “a cessar qualquer ato atentatório à legalidade da administração, bem como da qualidade ambiental”.
Segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, os trabalhos continuaram na mesma madrugada e não sofreram qualquer mudança posterior. A intervenção nas árvores, no entanto, só será realizada com a emissão da licença. (Colaborou Thadeu Braga)
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