SALÕES 06/04/2014

Muito além da tradição das barbearias

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Ingrid Coelho ingridrodrigues@opovo.com.br
FOTOS: SARA MAIA
O cabeleireiro Régis Sampaio investiu em ar condicionado e "lavabozinho pra cliente, pra poder tá proporcionando um conforto maior"

Em Santana do Acaraú (249 quilômetros de Fortaleza), Benedito Gessy da Mota, 51, vivia de fazer chapéu de palha. Aos 14 anos, tinha juntado dinheiro suficiente para tentar a Capital: “Fui padeiro, trocador de ônibus, zelador de hotel, balconista de padaria. Só vim parar de trocar de emprego depois que comecei a trabalhar pra mim”. Gessy parou no Pirambu, onde um amigo era dono de uma barbearia na rua Nossa Senhora das Graças.

 

Há mais de 30 anos, ele faz barba (a R$ 10) e corta cabelo (R$ 12, o corte masculino e R$ 15, o feminino). O pagamento é à vista, adianta a conversa. De trocado em trocado, e de domingo a domingo, Gessy saiu do aluguel para o ponto e a casa próprios.


No caminho, passou pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), mas não quis ir além do que já sabia fazer: “De tudo o que se faz em cabelo, escolhi uma coisa só: o corte. Eu me especializei em corte masculino”.


Mantendo a tradição e a simplicidade, Gessy diz ter “cliente muito antigo, desde o tempo em que comecei”. E, mesmo com a concorrência por todos os lados, anunciando até “clareamento de virilha e axila”, ele assegura que não perde freguesia e nem dinheiro. “Hoje, trabalho três vezes mais... Prejuízo, não há. A despesa que tenho é só com gilete, shampoo e toalha. E a reforma do salão. Dá pra gente viver. É tranquilo, sem muita preocupação”, proseia.

 

Conforto

Tradicionais ou com os ares da modernidade, os salões comandados por eles contam da vida que se venceu - ou se aprendeu a viver. Régis Sampaio, 28, trabalhou dez anos em um salão de beleza da Aldeota (zona norte). Foi o tempo de “amadurecer o conhecimento” e adquirir um espaço para chamar de seu: “Queria mudar o foco, trabalhar para mim e estar perto da minha casa”.

 

O Studio Régis Sampaio foi inaugurado há pouco mais de nove meses, também na rua Nossa Senhora das Graças. O cabeleireiro escolheu o Pirambu “pela condição: aqui é tudo mais barato. Ponto comercial, a gente consegue mais em conta”. O ponto, alugado, era uma lojinha de roupas. “A melhoria foi toda minha”, investiu. “Fiz um banheiro com lavabozinho pra cliente, botei ar condicionado pra poder tá proporcionando um conformo maior. Muitas das minhas clientes da Aldeota me acompanham. E eu queria oferecer o melhor para elas e para as clientes daqui também”, diz.


Trabalhando de terça-feira a sábado, das dez às 19 horas, o cabeleireiro já está no lucro: “O retorno foi, praticamente, de imediato. Tirei tudo o que investi... Meu público é mais feminino. E a mulher quer estar bonita não importa a classe (social). Elas pagam e pronto!”. Especialista “em loiras”, ele tem como “carro-chefe” as mechas e escovas inteligentes. “Na época da Giovana Antonelli, todo mundo queria a cor da dona Helô (personagem da novela Salve Jorge). As mulheres piram na cor! Toda mulher quer ser loira platinada”, indica.


Enquanto alisa mais um cabelo, Régis conta ainda que se profissionalizou no Iasocial e que costuma ir a uma feira internacional de beleza e afins em São Paulo, “pra trazer novidades pro bairro”. Ele planeja aumentar o salão no Pirambu. “Aqui é muito bom!”, reafirma, ao tempo em que cumprimenta uma conhecida que passa com o pão e as notícias do lugar. (AMCC)

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