Com apenas 63 linhas de ônibus circulando, quem saiu de casa teve que criar estratégias para chegar ao destino. Na avenida Bezerra de Menezes, as vans lotadas chamavam atenção: gente espremida na porta ou saltando pelas janelas. “O pessoal para e fica. Ninguém consegue sair”, diz o vendedor Antônio Moreira, 21, que agradeceu aos céus por ter uma bicicleta para chegar em casa.
Muitos usuários que não conseguiram pegar ônibus recorreram às chamadas “lotações”, os táxis clandestinos. “Só R$ 3 e vou até a (avenida) Francisco Sá”, gritava um motorista. O veículo ficou cheio em dois minutos. O estudante Newton Martins, 15, esperou 40 minutos pelo ônibus para ir ao colégio, mas afirma aprovar a manifestação. “De fato prejudica a gente, mas a violência prejudica mais”.
As corridas de mototáxi tiveram maior demanda e, segundo alguns usuários, os preços cobrados por muitos foram abusivos. Sem dinheiro para o mototáxi, a copeira Terezinha de Lima, 41, esperou mais de três horas pela ajuda do chefe, que mandou um carro da empresa buscá-la no Terminal do Papicu.
Durante a tarde, no Centro, trabalhadores lotavam as paradas de ônibus. Alguns tentavam viabilizar caronas. Outros - que mantinham a fé - apenas aguardavam a chegada dos coletivos. Para a vendedora Tatiane Rocha, 24 anos, a paralisação é legítima. “Concordo totalmente. Morreu um motorista e poderia ter sido um usuário. Poderia até ser alguém da minha família”.
Comércio
O Centro apresentou queda visível no movimento das ruas, lojas e shoppings. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, a paralisação do transporte coletivo representa “praticamente uma paralisação do varejo”. “Ficamos sem trabalhador, sem consumidor. Perdemos um dia de venda. É um prejuízo muito grande, principalmente para as lojas de rua”, considera.
Cid Alves afirma que 90% dos cerca de 80 mil trabalhadores do varejo fortalezense usam transporte coletivo na locomoção. Ele comenta que em momentos de atraso por causa de situações como a de ontem, normalmente, patrões entendem os empregados. No entanto, o presidente do Sindilojas reclama da paralisação de motoristas e cobradores. “Uma categoria só traz prejuízo pra toda população de um município. Isso não é justo. Uma greve deles, como serviço essencial, deveria ter acompanhamento da Justiça”.
Na manhã de ontem, os quatro funcionários de uma loja de departamento conversavam entre si na falta de clientes para atender. “Hoje está parado. Pode perceber como as ruas estão vazias. Normalmente mal dá para andar direito aqui e hoje está muito tranquilo”. (Colaborou Mariana Lazari e Samaisa dos Anjos)
Serviço
Etufor
Telefone: 3452 9228
Saiba mais
A Etufor informou, pela assessoria de comunicação, que o órgão tem um Plano de Contingência, para gerenciar os momentos de crise. Portanto, durante paralisações como a de ontem, um efetivo mínimo de motoristas e cobradores deve continuar circulando na Cidade. A situação, todavia, acabou fugindo do controle e parte dos funcionários que deveria continuar circulando nos coletivos aderiu à paralisação.
Ônibus da empresa
Vitória, que ligam Fortaleza e o município de Caucaia, também deixaram de rodar ontem. Por volta das 13 horas, foi realizada manifestação no Terminal do Antônio Bezerra e a avenida Mister Hull foi bloqueada. Dez coletivos da empresa foram escoltados para a garagem por viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A paralisação também afetou ônibus de Maracanaú.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
Jornal de Hoje | Página Cotidiano