Francisco Erivaldo Matias Marinho, motorista, morto em assalto na noite da última quarta-feira, 28, no bairro Canindezinho. Francisco Valdeci Carneiro, cobrador, esfaqueado nas costas e com risco de ficar paraplégico. A violência dentro do ônibus da linha Parque Santa Maria/Siqueira não virou apenas parte de estatística. A insegurança mobilizou trabalhadores, parou os terminais de integração, mudou o cotidiano, revoltou, emocionou. Fortaleza viveu um dia de caos, aprovado por muitos e criticado por outros.
O crime foi por volta das 20h30min. Duas horas depois, o Terminal do Siqueira já estava paralisado e ocupado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro). O dia amanheceu e os 2.064 coletivos que integram a cidade saíram das garagens. As viagens, entretanto, foram interrompidas nas proximidades dos sete terminais de integração. Conforme a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), apenas as 63 linhas que não circulam em terminais estavam ativas ontem.
Os usuários precisaram buscar alternativas de transporte e esbarravam na cobrança abusiva de táxis e mototáxis. O trânsito congestionou na maioria das ruas no entorno dos terminais, ônibus foram depredados e histórias de assaltos e ameaças estavam nas principais rodas de conversa. Segundo o Sintro, cerca de mil trabalhadores cruzaram os braços. “Não tem mais como suportarmos isso e a sociedade se convenceu que faz parte desse movimento. Nós fizemos um círculo, rezamos um Pai Nosso e a população aplaudiu”, contou um dos diretores do Sintro, Sérgio Barbosa.
Conforme a assessoria de imprensa do Sintro, a recomendação da entidade era de que a paralisação durasse apenas um dia, com a circulação se normalizando hoje. O assessor político da entidade, Valdir Pereira, afirma que o objetivo não era vincular o ato à campanha salarial da categoria. “Fizemos protesto porque a insegurança chegou ao ponto limite. Agora, a orientação é de voltar à normalidade”. Diretores do sindicato devem ir hoje pela manhã à garagem da empresa Cearense tentar acordo para que os funcionários sejam liberados para o enterro do colega, marcado para a manhã de hoje, em cemitério de Maranguape.
Depredação
No início da manhã de ontem, houve depredação de veículos no Terminal de Messejana, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus). De acordo com Elenilson Sousa da Silva, que chegou ao terminal por volta das 6 horas, alguns usuários quebraram lixeiras e as jogaram nos vidros dos coletivos. Para ele, “pessoas que queriam se aproveitar da situação” causaram a confusão, que só cessou com a chegada da PM.
Forças de segurança também precisaram ir ao Terminal do Siqueira. No local, por volta das 6h40min, houve tentativa de linchamento de dois homens que assaltaram passageiros. Um dos criminosos foi espancado dentro do equipamento e o outro foi arrastado por cerca de dois quarteirões. O porteiro Arilson Maçal dos Santos, 42, confessou que foi um dos que bateram nos assaltantes e exibiu as fotos da ação. “Eles roubaram duas meninas e saíram correndo. Depois ainda voltaram para mangar. Eu bati, não vou mentir. Saio de madrugada de casa para trabalhar e estou aqui sem poder ir para lugar nenhum por causa de gente como eles”. (colaboraram Mariana Lazari, Samaisa dos Anjos e Rômulo Costa)
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