Confira especial sobre o furto ao Banco Central
Havia sido acertado. Antes da fuga, o interior da casa 1071 na rua 25 de Março, no Centro de Fortaleza, deveria passar por um pente fino. Não poderiam ficar pra trás vestígios que identificassem qualquer um dos 30 homens, e pelo menos uma mulher, que transitaram durante três meses nas dependências da “Casa Verde”. Foi do quintal, quartel general da quadrilha de assaltantes, que saiu um túnel (80,5 m) e por onde foram levados quase R$ 165 milhões da caixa-forte do Banco Central, no Ceará. A ordem era apagar as pistas de um crime quase perfeito, ocorrido há exatos dez anos em Fortaleza e descoberto três depois.
O cuidado após o furto, porém, não saiu como recomendado e acabou pautando os capítulos seguintes da história do maior assalto a banco no Brasil. E, por mais planejada que tenha sido a trama, ínfimos foram deixados no local do crime. Detalhes reveladores para a policial federal Ranna Rebouças Allen Palácio, especialista em desvendar a identidade de “invisíveis” a partir de fragmentos de impressões digitais.
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Foi assim quando Ranna Allen, e mais três papiloscopistas, tiveram de rastrear cômodos e objetos cobertos por cal para dificultar a investigação na casa. “Até luvas usaram”, conta.
Mas não adiantou. Pelos caminhos da residência e no mobiliário abandonado, foram garimpados entre dez e 15 fragmentos de digitais. Alguns deles, fundantes. Caso dos que não largaram da porta da geladeira Dako.
O refrigerador branco duplex, instalado na cozinha para apoio aos escavadores do túnel do BC, denunciou que o assaltante potiguar José Marleudo de Almeida, vulgo Baixinho, estava entre os habitués do QG, na Capital cearense.
Era o primeiro ladrão a ter o rosto revelado a partir de pistas não apagadas. O fragmento da digital do polegar direito de José Marleudo constava no banco de dados do Instituto de Identificação da Secretaria da Segurança de São Paulo.
Estado onde Marleudo, cunhado de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, havia se envolvido com o crime organizado. “Bateu cem por cento”, recorda a papiloscopista Ranna Allen. Pelo furto ao BC, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, o assaltante pegou 37 anos e nove meses de prisão. Ainda está preso, mas sua pena foi reduzida para 21 anos e seis meses.
Investigação semelhante revelou quem seria a mulher autorizada a ir e vir no esconderijo da quadrilha que desmoralizou o sistema de segurança do Banco Central de Fortaleza, entre os dias 5 e 6 de agosto de 2005. Quando foi presa em 2008, Geniglei Alves dos Santos negou ao juiz Danilo Fontenele, titular da 11ª Vara federal, que havia estado entre os assaltantes na casa da rua 25 de Março.
Porém, Geniglei desconcertou-se quando foi informada de um laudo que atestava amostras de suas digitais colhidas no local do crime. Segundo a papiloscopista Ranna Allen, a irmã de Alemão foi delatada por um relógio de parede.
Geniglei, também conhecida por “Geni”, “Barbie” e “Loura”, foi condenada a 160 anos e quatro meses de prisão. Com bases no cruzamento de informações, e por ter sido confirmada entre os que frequentaram a Casa Verde, a cearense foi sentenciada por furto qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Depois de tirá-la do presídio e apelar para tribunais superiores, a advogada Erbenia Rodrigues conseguiu reduzir a pena de Geniglei para 15 anos.
COBERTURA EXCLUSIVA
No último dia 21, O POVO iniciou, com a publicação de um caderno especial, uma série de reportagens exclusivas sobre os dez anos do maior assalto a banco da história do País. Além de documentos, o jornal trouxe vídeo inédito do interior da caixa-forte e da casa que serviu de base para o furto milionário ao Banco Central. Conteúdo disponível em www. opovo.com.br
Outra faceta importante da investigação concentrou-se no depoimento de uma testemunha chave. Segundo o policial federal, e papiloscopista, Durval Alcântara Melo, o primeiro retrato falado revelou não menos que um dos mentores da quadrilha.
O cearense Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, “teve o azar” de ter a fisionomia gravada na memória de um detalhista e aficionado por guardar feições de estranhos. “Era perfeccionista essa testemunha que me trouxe um esboço dos rosto do Alemão”. Em três horas, o retrato falado estava desenhado e uma fotografia, veiculado nos meios de comunicação do Ceará, confirmaram a descrição do personagem que identificou o assaltante do BC.
Um cartão de recarga de celular, pré-pago, R$ 20 em créditos da TIM, foi outra mancada do grupo que assaltou o BC em Fortaleza. Apesar dos números de série e recarga terem sido apagados, bem como o código de barras danificado, a operadora forneceu à PF o nome de Claudiney Fernando Ejeia Correia como dono do telefone (85) 9616.8881. Era o nome falso do assaltante Davi Silvano, o “Véio Davi”. A partir disso, foram feitas interceptações telefônicas que deram na denúncia de 133 pessoas 94 condenações.
Multimídia
Para ver. No link http://bit.ly/1Hp3fD5
assista à terceira parte da Websérie sobre os 10 anos do furto ao Banco Central.
Para rever as outras duas partes:
> Parte 1: http://bit.ly/1KP8d3C> Parte 2: http://bit.ly/1g6zq4g
Para ouvir. Ouça interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal contra membros da quadrilha. Acesse o link http://bit.ly/1g6AvJy
Para reler. Acesse o link http://bit.ly/1gILoly e leia o caderno especial e o que já foi publicado na série sobre os 10 anos do furto do BC em Fortaleza
Para acessar. No link http://bit.ly/1LBzZ21
você pode ver o hotsite especial sobre os 10 anos do furto ao BC
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