Oito pavimentos de concreto armado em uma Fortaleza de alpendres e muros baixos. Quando o Edifício São Pedro surgiu, imponente, a Praia de Iracema ainda não era um espaço de encontro com a Cidade. O prédio não deixou de ser uma aposta do empresário Pedro Philomeno nos idos de 1951, quando a edificação foi concluída. No tempo em que as casas davam as costas para o mar, o edifício se abriu a ele.
Esses foram alguns dos motivos que transformaram esse equipamento em bem tombado pela Prefeitura de Fortaleza definitivamente em setembro de 2015. O local, no entanto, tem duas zonas de proteção diferentes. De acordo com a instrução de tombamento do prédio, a primeira zona possui “caráter de proteção rigorosa”. Esse espaço está sujeito a “rigoroso controle das intervenções”, de modo a impedir modificações que provoquem o “perecimento” ou “interfiram nas suas características, alterando a feição original ou ambiência da área demarcada”.
Segundo a instrução, serão permitidas alterações para “viabilizar acessibilidade ou adequação ao projeto de incêndio”, mas só quando exigidas por órgãos de segurança.
Já na segunda zona de proteção, localizada na porção central do prédio, a preservação tem caráter “diferenciado”. Conforme o texto, “serão admitidas intervenções necessárias para o funcionamento do edifício tais como acessibilidade, adequação ao projeto de incêndio, dentre outros”. É a esta área que se pretende incorporar uma torre de 95 metros ao edifício. O projeto foi submetido à Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) em meados de abril de 2015. No último dia 20, a proposta foi avaliada pela Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor (CPPD), que aprovou os parâmetros urbanísticos apresentados pelos arquitetos responsáveis.
O projeto precisou ser analisado por essa comissão porque requeria alterar os padrões urbanísticos estabelecidos para aquela área. Legalmente, a Prefeitura pode conceder permissão nesses casos, desde que seja aprovada pela CPPD. No caso do projeto do Edifício São Pedro, os pedidos eram para alterar a taxa de ocupação, o índice de aproveitamento e o gabarito (o tamanho do prédio, já que naquela área o máximo permitido é de 72 metros).
Antes de receber o alvará da Prefeitura, o projeto deve passar ainda pela Célula de Licenciamento para Construção, na Seuma, e depois segue para avaliação da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secult), por se tratar de um equipamento tombado.
A proposta é que a torre a ser incorporada ao São Pedro funcione como hotel, mantendo os apartamentos periféricos à área central, após adequações de segurança e acessibilidade. As informações são do escritório Nasser Hissa Arquitetos Associados, responsável pelo projeto.
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Estrutura
Para Francisco Philomeno Júnior, proprietário majoritário do edifício, o projeto viabilizará a “revitalização do prédio e não mais uma reforma de recuperação pontual”. “A família se sente vaidosa em mais uma vez poder contribuir para a Cidade com um empreendimento ícone”, disse.
Conservação
De acordo com a Instrução de Tombamento, o atual estado do prédio é de “arruinamento, com diversos danos em toda a sua extensão”. Rachaduras e infiltrações são alguns dos problemas identificados na análise.
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