Professora da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, Camila Nunes acredita que a consolidação do crime organizado no Ceará pode acarretar numa queda dos homicídios no Estado, a exemplo do que teria ocorrido em território paulista. “No meu entendimento, a queda nos homicídios que houve aqui (SP) decorreu justamente da maior organização do crime. Em regiões onde o crime organizado atua, você reduz os homicídios. Há experiências de outros países também comprovam isso”, disse.
A percepção contraria a tese defendida pelo cientista político Emmanuel Nunes Oliveira, membro do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (Nupps) da USP, de que a organização do crime não influencia na dinâmica dos homicídios. Conforme O POVO publicou no último dia 28, ele acredita que “o crime não pacifica”. Argumenta: “O predomínio de um grupo criminoso não presume uma redução dos homicídios. Num primeiro momento, pode haver uma diminuição em determinadas áreas, mas é algo residual e pontual”.
“Essa equação de homicídios versus crime organizado é inversa. Quanto mais organizado o crime é, menos homicídios ele provoca. E quando mais desorganizado e descentralizado ele é, mais mortes haverá. Se há um grupo dominante, sem conflitos e disputas, a consequência logica é a redução dos homicídios. Caso os acordos no Ceará vinguem, é provável que vocês assistam a uma redução nos homicídios ao longo dos próximos anos”, completou Camila Nunes. (Thiago Paiva)
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