O sítio tem 55,5 hectares. O grupo já pagou duas parcelas somando R$ 190 mil. A terceira, de R$ 200 mil, será repassada em breve à família do antigo dono, já falecido. Faltarão R$ 150 mil para que se complete a compra. Todo o dinheiro, segundo Rosa da Fonseca, vem de doações e empréstimos feitos por membros do grupo Crítica e Radical e por gente que aprova a proposta.
Por enquanto, a rotina ali não difere muito da de outros lares que se sustentam da agricultura. O pessoal já é autossuficiente em frutas, mas ainda compra leite de caixa, gás e energia elétrica, por exemplo. A meta é não precisar mais disso. Em prazo indeterminado querem costurar as próprias roupas e alcançar a autossuficiência em eletricidade com o emprego de energia solar e eólica. Equipamentos para isso, diz Rosa, poderão ser doados por amigos na UFC.
A filosofia do sítio foi abraçada por seu José Ciriaco, 66, e pelo filho dele, Edivaldo, 44, vizinhos da turma. “Só vale a pena viver se a gente faz o que gosta”, diz Edivaldo.
Na festa de abertura do sítio, Rosa e os outros puseram à disposição da comunidade, numa grande mesa, cachos de banana, tapioca, mugunzá e outros quitutes. “Gente, isso aqui é para compartilhar”, anunciou Rosa. Ninguém se aproximou. “Pessoal, nós estamos compartilhando”, repetiu ela sem despertar interesse dos convivas. Até que um deles deu a dica: “A senhora tem que dizer que é de graça”. Aí sim. (BP)
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