Mais um ano em que motoristas e cobradores exigem um reajuste salarial (18%) e as empresas oferecem outro (5,81%). No meio das negociações, que têm sua quinta rodada prevista para hoje, cerca de um milhão de usuários do transporte público na Capital são afetados. Ontem, paralisações da categoria prejudicaram a circulação de ônibus de cinco empresas, afetando 350 coletivos e 68 linhas municipais, além das intermunicipais e interestaduais.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro) chegaram às garagens das empresas Vega, Fretcar e São Benedito às 4 horas. No mesmo horário, a direção do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Intermunicipal e Interestadual do Ceará (Sintet) mobilizava trabalhadores em frente às empresas Guanabara e Princesa dos Inhamuns.
As ações fazem parte do estado de greve decretado em assembleia no último sábado. Hoje, novas paralisações podem ocorrer em alusão ao Dia Estadual de Lutas. “Desde sábado as empresas sabiam que íamos fazer assembleias na porta das garagens. A intenção era liberar às 6 horas, mas as empresas não deixaram os trabalhadores entrarem”, afirmou um dos diretores do Sintro, Wilson Sousa, 54.
O diretor do Sintet, Olivande Nogueira, acrescentou que haverá reunião amanhã com o sindicato patronal e, caso não haja evolução das negociações, as paralisações chegarão ao Interior. “Este ano o trabalhador se encheu de expectativa por causa da Copa, o que não é nada, porque não impacta em melhoria para a gente”, disse.
Estado de greve
“O que está havendo é uma perturbação da ordem e a cessão do direito de ir e vir. Estado de greve não existe, não é um instrumento legal”, afirmou o presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira. Ele espera que durante o encontro marcado para as 13h30min de hoje, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, um acordo seja fechado.
Conforme Dimas, a negociação está estagnada porque o Sintro “continua com uma proposta além da realidade, com reajuste três vezes maior do que a inflação”. Ainda ontem, o Sindiônibus ingressaria com medidas judiciais solicitando a proibição das paralisações. “Nós vamos monitorar (as possíveis paralisações), tentar amenizar, mas não dá para sabermos como e onde eles vão parar”, completou.
Saiba mais
O procurador do trabalho e coordenador de Promoção da Liberdade Sindical, Gerson Marques, confirmou que o estado de greve não é um instituto jurídico, mas sindical. “Significa dizer que a categoria está pronta para deflagrar uma greve. Não está previsto na lei, mas também não é proibido”.
Ele ressaltou as formalidades legais para que uma greve aconteça, como divulgação 72 horas antes, esgotamento da via negocial e definição da pauta de reivindicações. “A greve requer bom senso, porque é fundamental preservar o direito de terceiros, a sociedade”.
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