SAÚDE OCULAR NA ERA DIGITAL 29/05/2016

O lazer em smarthphones, tablets e outros monitores exige cuidados

Para usufruir de jogos, vídeos e livros digitais sem prejudicar a saúde, evite excessos e promova descansos
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CAMILA DE ALMEIDA
Ivna Chaves, 28, limita o uso do tablet pelo filho Davi, de 4 anos


Davi é um garoto de quatro anos que tem um tablet. Com o aparelho, presente em sua vida desde recém-nascido, ele joga, assiste a vídeos musicais e se diverte quando não há, por perto, opção tradicional para brincar. Ele passa, no máximo, duas horas por dia assim. Quando fica muito tempo em frente à tela, porém, se queixa de ardência nos olhos.


“Do nascimento até os sete anos de idade, o olho está em formação e melhorando cada vez mais seu aspecto sensorial. Neste indivíduo, a gente valoriza muito o exame oftalmológico na fase pré-escolar”, recomenda o membro titular da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor de Oftalmologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Osvaldo Travassos.


Davi não foi ainda ao oftalmologista, mas sua mãe, Ivna Chaves, 28, é atenta às reações do filho. “Por ele, ele passa o dia inteiro (no tablet), mas, lógico, a gente não deixa. Ele reclama só da ardência mesmo, mas, visualizar, de longe ou de perto, já observei: ele não reclama”, narrou Ivna. “Não é só a questão visual, são as posições, as articulações. É preciso que as pessoas deem esses intervalos porque o corpo precisa”, recomenda o oftalmologista e presidente da Sociedade Cearense de Oftalmologia, Newton Andrade.


 

Tal como Davi, Ravel Pinheiro, 21, utiliza o computador desde criança. No entanto, logo aos dez anos, precisou usar óculos de grau. Hoje, ele destina as horas livres ao uso do Kindle — um aparelho eletrônico específico para leitura de livros digitais. “Começou quando fiz a compra do modelo básico, sem emissão de luz, ao fim de 2014. Eu lia poucos livros por ano e senti que precisava ler mais”, contou Ravel.


Newton Andrade, esclarece que não há tanta diferença da leitura do livro físico para a do digital. De acordo com o médico, o que vale para ambas as plataformas é o contraste que cada uma oferece. “Livros com páginas mais escuras e letras não tão escuras geram dificuldade. Independente de ser livro ou dispositivo, o contraste precisa ser achado para haver equilíbrio”, explicou.


Games

No universo gamer, é comum que os jogadores passem horas a fio de frente para televisão, computador ou qualquer outro dispositivo que suporte jogos digitais. É comum, também, que eles pisquem menos os olhos, tamanha é a concentração para passar de fase ou não perder nenhum lance.

 

“Essas ‘viradas’ que a galera faz, interrompendo o sono, têm de ser feitas com cuidado. É recomendável dar uma parada de uma a duas horas, mas sei que ninguém faz isso”, comentou Izequiel Norões, 38, analista de sistemas e diretor da União Cearense de Gamers (UCG). Ele disse que a tecnologia já avançou muito no sentido de oferecer conforto ao usuário. “O Virtual Boy, da Nintendo, forçava um 3D que, se você passasse mais de 15 minutos olhando, cansava”, lembra. (Luana Severo)

 

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