Se você sente dor de cabeça depois de passar o dia utilizando computador no trabalho, provavelmente a culpa é sua. Quem lida com aparelhos luminosos, sente, com frequência, além da dor de cabeça, sintomas como lacrimejamento e ardência nos olhos, mas, especialistas ouvidos pelo O POVO garantem que esses aparelhos não causam fadiga visual. Eles alertam que o responsável pelo desconforto é o mau uso.
Posição da tela, climatização do ambiente e, principalmente, descanso de meia em meia hora. Todo um cuidado é necessário para evitar que a exposição às telas prejudique a visão. O que na maioria das vezes acontece é que, durante o expediente, os profissionais se concentram tanto nas atividades que negligenciam ações triviais como intervalos para descanso, por exemplo, o que previne dores de cabeça. Além disso, as pessoas acabam piscando pouco os olhos, o que impede a lubrificação natural dos olhos e, consequentemente, deixa-os “secos”.
Segundo o oftalmologista e presidente da Sociedade Cearense de Oftalmologia, Newton Andrade, estudos constatam que qualquer atividade que envolva atenção inibe o reflexo automático de piscar. “E o que lubrifica os olhos são os cílios”, explica. Além disso, o membro titular da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor de Oftalmologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Osvaldo Travassos, acrescenta que a climatização do ambiente interfere quando a ardência e vermelhidão se associam à abertura contínua dos olhos enquanto expostos ao arcondicionado.
Apesar de passar oito ou mais horas de frente para o computador, desenvolvendo softwares, o estudante de engenharia da telecomunicação Felipe Diniz, 23, afirma não sentir desconforto ocular ou dor de cabeça devido ao ofício. Ele explica que trabalha em ambientes de desenvolvimento integrado e que os próprios programas que utiliza oferecem alternativas para não cansar a musculatura dos olhos.
“O básico é trocar o fundo preto pelo branco, só que a gente também consegue outras coisas, como colocar o nome de uma pessoa em azul, o nome de alguma qualidade em vermelho. Bate o olho direto e não tem que ficar fuçando, lendo muito”, detalha.
Técnica
A técnica que Felipe utiliza para evitar o desconforto visual se chama “equilíbrio do contraste”. “Quanto mais tiver, mais tende ao conforto”, justifica o oftalmologista Newton Andrade. Ele exemplifica que, “se você escreve em preto em cima de um branco, vai ter um contraste maior do que um vermelho numa superfície verde”, e comenta, otimista, que a tecnologia aperfeiçoa suas ferramentas justamente para melhorar a experiência.
Outro entusiasta da evolução tecnológica, o analista de sistemas Izequiel Norões, 38, compara a discussão sobre o uso dos aparelhos a outra sobre redes sociais. “O grande problema é o mau uso, os vícios que ficam. Os celulares vão nos agregar e trazer dinâmica para as nossas vidas. Os especialistas em saúde precisam se adequar para que possam nos orientar melhor”.
Míope, Izequiel busca, em sua rotina de trabalho, descansar a visão com frequência e ingerir bastante água para manter a hidratação ocular. “Procuro me regrar o máximo possível, mas nem sempre é 100%. Sou ser humano. Tenho essas atenções, mas às vezes tenho descuido também”, admite. (Luana Severo)
SAIBA MAIS
Exames oftalmológicos de prevenção são recomendados principalmente para pessoas abaixo dos 7 anos e acima dos 40. É na fase adulta que há maior incidência de doenças como glaucoma, pressão alta do olho e catarata.
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