CORRUPÇÃO 23/03/2014

De grão em grão

Furar fila, colar na prova e sentar em assentos reservados são alguns atos que tornam o país mais corrupto, afirmam especialistas
notícia 13 comentários
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Janaína Marques janainamarques@opovo.com.br

Aprender é mudar posturas. Essa foi uma lição dos gregos, especificamente de Platão. Mas, no País do “jeitinho”, levante a mão quem nunca furou fila? Ou colou na prova? Pois estas são algumas das dez posturas que entram na campanha intitulada “Pequenas Corrupções - Diga Não”, lançada pela Controladoria-Geral da União (CGU) na rede social Facebook. O Órgão do Governo Federal, que é responsável por fiscalizar o patrimônio público, veiculou uma imagem com dez mensagens, que focam em atitudes antiéticas, ou ilegais, do cotidiano da sociedade brasileira.

 

Entre as atitudes citadas pela CGU, estão as ações de falsificar carteirinha de estudante, roubar TV a cabo, comprar produtos piratas e tentar subornar o guarda de trânsito para evitar multas. “Cada qual faz a corrupção que pode fazer: deixar de pagar o imposto de renda, não respeitar os direitos trabalhistas da empregada doméstica, estacionar em lugar proibido, passar no sinal vermelho... Tudo isso é uma forma de tirar vantagem da situação”, analisa o professor de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), André Haguete.


Entendendo corrupção como “tudo aquilo que vai contra a lei ou age a favor de interesses particulares em detrimento dos coletivos”, Haguete concorda que todas essas atitudes possam ser consideradas “corruptas”, mesmo que seja em pequena escala. Para o docente, o tema se relaciona com o “caráter de cada pessoa e uma ética cívica coletiva”.


Para a chefe da Assessoria de Comunicação Social da CGU, Thaisis Barboza, responsável pela concepção e criação da campanha, corrupção representa qualquer ato que gera algum benefício próprio, de forma indevida. “Furar fila não é o mesmo que desviar dinheiro público, mas entendemos que é uma forma de corrupção, mesmo que seja em um grau menor”, explica.


Thaisis ainda argumenta que esses pequenos atos são capazes de propagar atitudes mais graves e defende que: “se uma pessoa é capaz de subornar um policial, lá na frente, poderá ser capaz de subornar para ganhar uma licitação”.


Outros exemplos não escapam aos olhos. “Um condomínio colocou estacas de cimento na praia e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ameaçou a iniciativa com uma multa. As pessoas decidiram pagar a multa e ir contra a lei, porque tem dinheiro para desobedece-la. E ai?”, afirma, citando uma história verídica.


O sociólogo também não esconde que “todos nós”, alguma vez na vida, já praticamos pelo menos alguma dessas “pequenas corrupções”. “Confesso que quando vou ao exterior sou até mais obediente do que no Brasil”, diz.


Na opinião do professor, a solução para atingir uma mudança efetiva de comportamento, poderia estar no ato de punir o indivíduo, já que “todo mundo sabe o que é proibido”. “Se houvesse uma multa de R$ 1.500 para não jogar lixo pela janela, ninguém faria isso”.

espaço do leitor
André Luis Pio D'Anunzio 13/02/2015 15:08
PARABÉNS ao CGU e à jornalista Janaína Marques, pela oportuna e brilhante matéria. Estou engajado "desde sempre", para dar o exemplo à favor da ética e contra a corrupção em tods os níveis!!
Kelly Bruch 10/02/2015 16:29
Quem compactua com as pequenas corruptelas, não pode reclamar das grandes corrupções. A natureza é a mesma. Ser honesto é uma questão de caráter, não importa o montante, quem será afetado ou a vantagem que virá disso.
Luiz Jorge 30/03/2014 07:38
Infelizmente, somos o País da Corrupção desde a Gorjeta ao Flanelinha ao Palácio do Planalto.
Débora 29/03/2014 14:21
Juroooo que nunca furei fila ou colei na prova. Muito mais por falta de cara de pau e competência pra tal do que por consciência ética... Kkkkkk... Mas gente, cá entre nós, como não piratear o SPSS???? Não dá! Sou corrupta! Uso software pirata sem culpa alguma e nem Joaquim Barbosa pode julgar!
Débora 29/03/2014 14:21
Juroooo que nunca furei fila ou colei na prova. Muito mais por falta de cara de pau e competência pra tal do que por consciência ética... Kkkkkk... Mas gente, cá entre nós, como não piratear o SPSS???? Não dá! Sou corrupta! Uso software pirata sem culpa alguma e nem Joaquim Barbosa pode julgar!
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