Os pets ganham cada vez mais espaço na vida contemporânea. De atividades secundárias, como segurança e proteção contra pragas, os animais vêm assumindo um papel de destaque nas famílias. Quando se fala em cães, gatos e aves canoras e ornamentais, por exemplo, o Brasil é o segundo país no mundo com maior número desses animais, aponta pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), e publicada em 2016 - a última sobre o assunto. Mas para além dos momentos de lazer, adotar um animal de estimação exige uma série de responsabilidades, como cuidados com alimentação e exercícios físicos.

O nutricionista Alexandre Lopes de Souza é tutor do cão Barney, da raça beagle, e defende que adotar um animal é um passo muito importante na vida, decisão requer uma série de preparativos. "Antes de tudo, é importante a gente saber que assumir um pet é uma espécie de paternidade, uma responsabilidade que vai perdurar por muito tempo. Isso significa que teremos que abrir mão de certas coisas." Entre as obrigações adicionadas à rotina do nutricionista está, por exemplo, o passeio que Barney realiza todas as manhãs. "A gente pode até fazer alguma atividade antes, mas já sabendo que tem o passeio dele, para desestressá-lo dessa rotina de ficar muito tempo trancado em casa, para ele poder fazer as necessidades fisiológicas e ter esse contato com terra, plantas, com o mundo exterior."

O passeio é repetido toda noite, independente da hora que o nutricionista chega. "Sete, oito, da noite, não importa: o horário que chego tenho que passear. O Barney espera isso, pula em cima da gente, está cheio de energia acumulada durante o dia e que precisa gastar. Quando ele volta do passeio, além de mais calmo por conta da caminhada, vem com outra expressão, claramente desestressado." A razão para os dois passeios diários é que a raça beagle costuma apresentar tendência à obesidade, explica o tutor.

Criando jogos
Fora da rotina diária, Souza costuma levar seu cão uma vez por mês à praia. Barney ainda acompanha seu tutor aos jogos de vôlei que Souza frequenta no Parque do Cocó e em um campo aberto próximo à sua casa, localizada no bairro Cidade dos Funcionários. "O Barney gosta muito de copiar. Se a gente corre, ele corre atrás. E nos jogos todo mundo o conhece. Então, tem sempre alguém olhando e brincando com ele."

Estimular a realização de jogos e brincadeiras ao ar livre pode evitar problemas de saúde relacionados ao estresse, mas também articulares decorrentes do excesso de peso. Até mesmo o tipo de piso encontrado em casas e apartamentos pode colaborar com o aparecimento de problemas, e isso vale para caninos e felinos. "Os felinos são um pouco diferentes porque têm medo do ambiente, mas existem alguns que gostam de passeios de coleira", explica a veterinária Manuela Costa.

Manuela recomenda começar com uma meta diária de 30 minutos de exercícios por dia com o pet e ir aumentando a intensidade com o tempo. "A gente indica para os tutores quando forem passear aproveitar e levar os animais, até para tirar um pouco o animal do ambiente domiciliar. Eles não foram criados para ficar presos. Um cão adestrado é um cão feliz. Eles gostam de ter líderes."