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11/09/2018 - 08h33
Entenda como a capacitação pode ser sinônimo de produtividade
Maior engajamento dos funcionários e maior qualidade no atendimento prestado são alguns dos resultados das políticas de treinamento e desenvolvimento. No Ceará, empresas já atentaram para a importância da prática
Lia Rodrigues
liarodrigues@opovo.com.br
Foto: Pixabay/Geralt
De acordo com Oliveira, o investimento em capacitação também é essencial para a continuidade dos funcionários na companhia
O capital humano é o maior ativo das organizações, daí a importância de investir em programas de treinamento e desenvolvimento (T&D) para que os colaboradores
cheguem ao seu melhor desempenho, o que impacta na melhoria de processos internos e na maior qualidade de serviços prestados. É o que acredita Cauê
de Oliveira, diretor de consultoria e capacitação do Great Place to Work (GPTW). “Não adianta apenas cuidar do maquinário, do escritório e dos computadores
se não cuidar de quem vai utilizar isso no dia a dia e transformar em produtividade, em melhores resultados para a organização”, afirma.
De acordo com Oliveira, o investimento em capacitação também é essencial para a continuidade dos funcionários na companhia. “Quando perguntamos o principal
motivo para permanecer nas empresas, o maior percentual sempre revela que é porque percebem que ali elas podem crescer e se desenvolver. Estamos
falando de aprendizado, de pessoas que estão crescendo e se aperfeiçoando”, explica. O engajamento dos funcionários reflete na retenção e diminuição dos níveis
de rotatividade.
Aumento nos índices de T&D
Para o diretor de consultoria e capacitação, o momento de dificuldades econômicas e políticas do Brasil é um dos responsáveis pelo aumento dos índices de T&D.
Para o diretor de consultoria e capacitação, o momento de dificuldades econômicas e políticas do Brasil é um dos responsáveis pelo aumento dos índices de T&D.
“As empresas percebem que o segredo para conseguir sair dessas crises está na mão das pessoas. Ideias criativas, inovação, melhorar a produtividade”, exemplifica.
Segundo Oliveira, os investimentos são direcionados principalmente para as lideranças, que repassam os conhecimentos e conseguem construir um bom ambiente
de trabalho, com consequente melhora na produtividade.
A pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil 2017, realizada a partir de parceria entre a Associação
Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), a Integração Escola de Negócios e a consultoria Carvalho & Mello, aponta que o investimento em T&D nas empresas
tem crescido gradativamente. Segundo o estudo, a média atual de investimento anual nas empresas brasileiras é de R$ 788 por colaborador, um aumento de 21%
em relação a 2016. Apesar da alta, as organizações brasileiras ainda estão aquém do que investem, por exemplo, as empresas dos Estados Unidos, que destinam em
média US$ 1.252 por colaborador. Em horas, os treinamentos equivalem a 21 horas anuais por funcionário no Brasil e 33 horas no país norte-americano.
Empresas cearenses já atentaram para a importância de manter seus profissionais bem treinados. É o caso dos Mercadinhos São Luiz, da SJ Administração
de Imóveis, do Grupo Newland e da Unimed Ceará, empresas que já figuraram em rankings de edições do prêmio GPTW.
Mercadinho São Luiz
Nos Mercadinhos São Luiz, a capacitação da equipe é uma das principais atividades do setor de Recursos Humanos. Segundo Aline
Nunes, gerente de treinamento e desenvolvimento, todos os colaboradores participam de, no mínimo, um treinamento ou curso relacionado
à área de atuação, com os líderes acumulando a maior quantidade de horas de treinamento. “Acreditamos no potencial da
equipe e que todo investimento em treinamento contribui com o processo de aprendizado e amadurecimento. Mais de 98% da
nossa liderança veio da base e foi formada aqui na empresa”, aponta. Os treinamentos realizados variam entre
capacitação voltada para o desempenho das funções, com aspectos técnicos e comportamentais; aperfeiçoamento para reciclagem e
atualização dos colaboradores, com cursos externos, internos e com parceiros como fornecedores, por exemplo, para aprofundar
conhecimentos sobre produtos, como vinhos, queijos e cervejas especiais; e desenvolvimento com treinamentos para as lideranças
da empresa, além da formação de sucessores e novos líderes. De acordo com Aline, em 2017, as três categorias somaram mais de 37
mil horas, o equivalente à média de 22 horas de treinamento por colaborador. A empresa conquistou, em 2017, o 14° lugar no prêmio
GPTW - Melhores Empresas para Trabalhar Brasil, categoria Grandes Nacionais.
SJ administração de imóveis
Desde sua abertura, em 1982, a SJ Administração de Imóveis capacita sua equipe. Os treinamentos são realizados mensalmente, seguindo um cronograma
elaborado a partir das demandas identificadas por meio do Levantamento de Necessidades de Desenvolvimento (LND). "Os treinamentos vão desde aqueles voltados para capacitação nos processos internos até aqueles para o desenvolvimento do lado humano do colaborador,
além de palestras voltadas para a qualidade de vida", afirma Luciana Alencar, diretora-geral da empresa.
Por mês, cada colaborador recebe, em média, duas horas de treinamento formal, sem contar aqueles realizados on the job que, segundo a diretora,
são quase diários dentro da empresa. "Faz parte do trabalho de cada liderança capacitar e certificar sua equipe. Para certificar é necessário treinar,
acompanhar, corrigir, avaliar e dar feedback sobre performance aos seus liderados. Temos um volume alto de treinamento in loco", explica Luciana.
Em 2015, a SJ foi considerada pelo prêmio GPTW a 5ª melhor empresa para se trabalhar na América Latina, na categoria de 50 a 500 colaboradores.
Unimed Ceará
Desde 1999, a Unimed Ceará investe na capacitação de seus funcionários com treinamentos técnicos e comportamentais,
além de programa de educação continuada, com custeio de até 70% do valor de graduações e pós-graduações.
Segundo Débora Barros, coordenadora de gestão de pessoas, a Unimed Ceará acredita que por meio do desenvolvimento
“o colaborador possui condições de prestar um serviço com maior qualidade e se sentir valorizado como profissional e como ser humano”. A empresa investiu,
no último ano, R$ 300 mil em capacitação para seus funcionários, com o total de 82 cursos e 973 horas de treinamento.
Desenvolvimento de líderes, tecnologia da informação, atenção primária à saúde, excelência no atendimento, mercado,
gestão de processos e saúde suplementar foram alguns dos treinamentos realizados. Todos os colaboradores da empresa participaram
de treinamentos ao longo do ano. “Os resultados desse investimento são observados na avaliação positiva dos clientes
ao serem atendidos”, afirma Débora. Em 2017, a Unimed Ceará foi considerada uma das 35 melhores empresas pelo GPTW, no
prêmio Melhores Empresas para Trabalhar Brasil, categoria Médias Nacionais.
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