segurança 11/07/2018 - 07h00

Entenda a importância de aprender a nadar ainda criança

O resgate de doze crianças e seu treinador de uma caverna submersa na Tailândia reacendeu a discussão sobre quando os filhos devem aprender a nadar. Afogamento é a principal causa de morte acidental de crianças de um a quatro anos no Brasil, alerta o Ministério da Saúde
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Paulo Emanuel Lopes pauloemanuel@opovo.com.br

Escola Estrela D'água/Divulgação
Crianças têm mais facilidade de aprender que adultos, apontam especialistas. Contato cedo com a água representa mais segurança
A ida a praias, piscinas, lagos e rios costuma se transformar em programa corriqueiro durante as férias. No entanto, o encanto dessas atividades, realizadas em família ou grupos de amigos, esconde uma realidade cruel. No Brasil, o afogamento é a principal causa de morte acidental de crianças de um a quatro anos. A piscina é o local onde se concentra boa parte dos quase mil casos de afogamentos por ano envolvendo jovens de até 14 anos, informa o Ministério da Saúde. No mundo, a imagem das 12 crianças resgatadas de uma caverna, inundada por chuvas intensas no norte da Tailândia, retomou a importância do assunto.

Foi o que vivenciou o casal Sérgio e Priscila Lopes Portela. Em 2017 os cônjuges, pais de duas crianças pequenas, passavam um fim de semana em uma casa de praia quando o pai precisou sair. Priscila ficou olhando sua filha maior, uma colega e seu filho pequeno, Pedro, brincarem na piscina. A mãe retirou o garoto da água e saiu em busca de um salgadinho no carro. Quando começou o percurso de volta observou que o caçula, prestes a completar quatro anos, tinha caído na piscina. “Dei um grito, ninguém estava vendo o Pedro se afogar. Passei mal [do susto], fiquei imaginando se tivesse demorado a encontrar o salgadinho, se tivesse entrado em casa para procurar alguma coisa”, relata a mãe. “Logo na segunda-feira o coloquei na natação do colégio. Com seis meses ele aprendeu a nadar.”

Alan e Otília Menezes dos Santos são pais de Arthur, que aos três anos se envolveu em dois pequenos acidentes na piscina. “Nós estávamos em casa com a família conversando e ele brincando, abri a piscina de casa pela metade, com a rede de proteção, deixei as crianças brincando na parte rasa. O Arthur enganchou o pé nessa rede de proteção, quando vimos ele já estava subindo e descendo, foi um sufoco”, relembra a mãe. Em outro episódio, seu marido estava limpando a piscina quando o menino, brincando, acabou caindo na água. “Meu marido pulou com celular no bolso e tudo, o garoto não sabia nadar. Depois desse episódio, a gente resolveu botar o Arthur na natação.” Em pouco tempo ele aprendeu os primeiros movimentos na água.

Escola Estrela D'água/Divulgação
Piscinas concentram maior parte dos 913 casos de afogamentos de jovens até 14 anos registrados em 2016, informa o Ministério da Saúde

Cuidados e prevenção
“Criança gosta de brincar, já o adulto sabe dos riscos de não saber nadar”, explica Lorena Sanford Moreira Arruda, professora e diretora da escola de natação Estrela D’água, sobre a importância dos pais ensinarem cedo seus filhos a nadar. “Por isso é importante sempre determinar quem cuida [em passeios] de cada criança [pai ou mãe]. Em casa com piscina, na hora de dormir, é importante lembrar de trancar a porta de acesso à área da piscina e tirar a chave da porta”, adverte.

A professora de natação do BNB Clube de Fortaleza, Juliany Marinho, engrossa o coro dos alertas aos pais quando se está em jogo crianças e ambiente aquático. “Sempre que uma criança for à piscina deve ter um adulto responsável presente, mesmo com as que sabem nadar, já que pode acontecer algum contratempo em que ela precise de ajuda. Também é preciso ter cuidado com flutuadores, boias, por exemplo, já que a criança pode acabar virando. Então não é por ela estar com uma boia que pode ficar sem assistência na piscina.” O tradicional clube de Fortaleza oferece aulas de natação para crianças dos 3 aos 5 anos.

Desenvolvimento físico e psíquico
Mas para além das considerações sobre segurança, a prática da natação oferece uma série de vantagens. O envolvimento cedo com a piscina ajuda no desenvolvimento físico e motor das crianças, contribuindo em especial com pulmões, coração, sistema circulatório, desenvolvimento do tônus muscular, entre outros. Mas a prática também oferece ganhos psicológicos, reforça Juliany. “A criança, nessa faixa etária de 3 a 6 anos, está em um momento de começar a deixar o elo de ligação com os pais, a interagir com outras crianças e com outros adultos. Aliás, a criança tem mais facilidade em aprender que um adulto, que geralmente passou por algum trauma, por bloqueios [sendo esse um bom momento para iniciar as aulas de natação].”

A natação tem como vantagem ser um esporte de baixo impacto para articulações, no entanto em sua prática regular devem ser observados alguns inconvenientes, como o aparecimento de problemas auriculares, pequenas gripes ou crises alérgicas. “Mas todos esses fatores podem ser remediados”, defende Lorena, da Estrela D’água. A escola oferece aulas de natação para crianças a partir dos 6 meses, período em que alguns cuidados são exigidos, explica a profissional. “Os bebês tendem a adoecer mais porque estão ainda indefesos, então se deve procurar horários que eles se adaptem melhor, ou praticar aulas apenas uma vez por semana. [Idade recomendada] Em piscinas frequentadas por outras pessoas, aconselho a partir de seis meses, quando se encerra o primeiro ciclo de vacinas.”

Serviço
BNB Clube de Fortaleza
Onde: avenida Santos Dumont, 3646 - Aldeota
Mais informações: (85) 4006 7200

Escola de Natação Estrela D’água
Onde:
rua Tibúrcio Cavalcante, 2.378 – Dionísio Torres.
Mais informações: (85) 3261 5233

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