A técnica psicológica se utiliza de estímulos visuais, auditivos e táteis para trabalhar os dois hemisférios do cérebro humano – lado esquerdo e direito são responsáveis por funções diferentes. No lado direito estão presentes as conexões ligadas às emoções e à criatividade, já no esquerdo são processadas razão e raciocínio lógico. Tal divisão dificulta uma sincronização correta entre prática, razão e emoção, interferindo em como as experiências da vida são incorporadas ao nosso inconsciente.
“O EMDR é uma abordagem psicoterapêutica que compreende princípios, procedimentos e protocolos. Não se trata, apenas, de uma técnica caracterizada pelo uso dos movimentos oculares, mas se fundamenta na premissa de que cada pessoa possui uma tendência inata para a saúde e para a integração, e a capacidade interna para alcançá-las”, explica Ana Lucia Castello, psicóloga clínica e presidente da Associação Brasileira de EMDR. “A EMDR possibilita que o paciente adentre nos pilares da memória dos traumas de maneira significativa por meio da estimulação bilateral [do cérebro]. Uma vez que as recordações negativas são reprocessadas e situadas em sua dimensão real, produz-se aumento da autoestima e da sensação de domínio diante da vida.”
Tratamento
A EMDR apresenta uma série de benefícios para quem a utiliza, no entanto, se mostra especialmente eficaz em casos de traumas profundos, explica Adna Fabíola Guimarães Teixeira Fontenele, psicóloga e mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), certificada pelo EMDR Institute (EUA) e pelo EMDR Ibero-América. “As vivências traumáticas podem ser de evento único, como acidente, assalto, sequestro, bullying, doença ou morte de alguém querido, abuso psicológico. Ou podem ser vivenciadas repetidas vezes, na forma de violência doméstica, abusos sequenciais, traumas de apego, abandonos, violência sexual. Estas experiências provocam grande estresse. As memórias são armazenadas de forma disfuncional, gerando sintomas como grande ansiedade, pensamentos intrusivos, flashbacks, distúrbios de sono e apetite.”
O tratamento consiste em reprogramar essas lembranças, aponta Adna. A psicóloga atende pela TraumaPSI – Clínica e Consultoria. “Ao entrar em contato com as memórias traumáticas damos oportunidade ao cérebro de fazer o que ele não conseguiu fazer sozinho. Os protocolos da Terapia EMDR promovem o acesso a todas as partes da memória e a estimulação bilateral auxilia na restauração da neuroquímica do cérebro, necessária para o reprocessamento e para a ressignificação das vivências.”
Ana Lucia Castello, da Associação Brasileira de EMDR, enumera resumidamente sintomas que podem exigir a adoção da terapia:
1) Recordações recorrentes e respectivas do evento com muita perturbação;
2) Atuar ou sentir bruscamente como se o trauma estivesse ocorrendo;
3) Pesadelos recorrentes do incidente;
4) Amnésia total ou parcial do trauma;
5) Sentimentos de desapego e distanciamento dos outros;
6) Incapacidade de amar e de sentir;
7) Transtornos de humor;
8) Transtornos do sono, com insônia predominando;
9) Dificuldade de concentração;
10) Instabilidade emocional;
11) Explosões de ira;
12) Estado de hiperalerta.
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