Na próxima quarta-feira, 11, será celebrado o Dia Mundial da Doença de Parkinson. Com cerca de 1% da população mundial acima dos 65 anos atingida pela doença, é preciso que haja informação no momento do diagnóstico para que o paciente conviva melhor com ela. Neurologistas explicam que, atualmente, existem vários tratamentos disponíveis, em diferentes especialidades.
O neurologista João José Carvalho conta que o primeiro passo, ao ter suspeitas dos sintomas da patologia, é procurar um neurologista, pois o diagnóstico é exclusivamente clínico. Ou seja, não existe um exame que confirme a doença. Carvalho relata que os quatro principais sinais do Parkinson são lentidão dos movimentos, rigidez nos membros, tremores e instabilidade postural, o que resulta em quedas nos pacientes. A combinação destes sintomas configur-se no diagnóstico.
"Uma coisa importante é que, ao contrário do que se imagina, o tremor do Parkinson ocorre em repouso. Ele não começa com o paciente movimentando a mão. Habitualmente, se a pessoa estiver com a mão na coxa, ela tremerá. Mas, quando ele mexe a mão, ela não treme mais", explica. Outro detalhe é que os sinais tendem a serem apresentados, a princípio, apenas em um dos lados do corpo.
Rosivalda Teixeira Marinho, neurologista e coordenadora do Ambulatório de Doença de Parkinson e outros distúrbios do movimentos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), fala que não existe uma causa específica para a doença. Acredita-se que o Parkinson está atrelado a uma predisposição genética e que um fator ambiental o desencadeia.
"Não tem nenhuma forma de prevenção, mas existem vários aspectos que podem diminuir o risco das doenças neurodegenerativas, de forma geral. Atividades físicas regulares, lazer, alimentação saudável, evitar o isolamento social, por exemplo", explica Rosivalda.
Tratamento
A principal característica do Parkinson é reduzir os níveis de dopamina no cérebro, neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos. Os remédios utilizados no tratamento atuam para melhorar a quantidade de dopamina no organismo. Para determinados casos, existe também uma opção cirúrgica, que, por meio da aplicação de eletrodos no cérebro, realiza a estimulação neural.
Dependendo de cada caso, outros profissionais, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos, também atuam em conjunto com o neurologista para melhorar a qualidade de vida do paciente. "Apesar de ser uma doença neurodegenerativa, os estudos sobre a fisiopatologia da doença e outras opções terapêuticas estão muito avançados. Assim, faz com que a grande maioria dos pacientes possa ter uma vida normal ou próxima disto", diz Carvalho.
Data
O Dia Mundial da Doença de Parkinson faz referência ao aniversário de James Parkinson, o primeiro médico a identificar a doença, em 1817. Em dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que no Brasil cerca de 200 mil pessoas sejam afetadas por essa patologia.