SAÚDE & BELEZA 25/10/2017 - 13h51

Os avanços das tecnologias na luta contra o câncer

Contando com a evolução da tecnologia e das pesquisas médicas como aliadas, estudos biomoleculares e genéticos ajudam a definir o tratamento para câncer adequado ao organismo de cada paciente
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Lia Rodrigues liarodrigues@opovo.com.br

Foto: Shutterstock/Looker_studio
O câncer abrange mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos.
Para o biênio 2017 e 2018, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) prevê 296 mil novos casos da doença em brasileiros e 300 mil em brasileiras. Ainda de acordo com o instituto, mais de oito milhões de pessoas morrem de câncer anualmente em todo o mundo e, só no Brasil, entre 2013 e 2016, 189 mil mortes foram registradas em decorrência do câncer.

Frente a esses números, pesquisadores estão baseando-se em intervenções mais personalizadas para cada tipo de organismo em busca de melhores resultados no combate à doença. Se desenvolvidas de acordo com o perfil do paciente, as terapias tendem a agir de forma mais eficaz nas células cancerosas, graças aos medicamentos usados. O desafio é entender as diversas mutações da doença.

Além do tratamento individualizado, novas vertentes de diagnóstico e tratamento em oncologia seguem com suas pesquisas avançadas para a cura da doença. Elas têm como base drogas inteligentes, sistemas de imagem para diagnóstico, análises de DNA dos pacientes, medicamentos que estimulam o sistema imunológico, modificações genéticas das células imunes para ativar uma resposta antitumoral, novos equipamentos de radioterapia e programas de computador que auxiliam os oncologistas nas tomadas de decisão.

Martin Hernan, pesquisador e membro da American Society for Gene and Cell Therapy (ASGCT), defende que, a cada momento, surgem novas técnicas e opções de tratamentos moduladores hormonais e novas opções de quimioterapia para o tratamento do câncer. No Brasil, dificuldades financeiras e cortes de investimentos na saúde são dificultadores na busca pela cura da doença.

“Os estudos andam muito avançados em outros países em todas as esferas da doença. Em alguns lugares, como Estados Unidos, acontecem investimentos pesados em ciência e tecnologia. Eles seguem avançando dia após dia, o que, infelizmente, deixou de ser o caso do Brasil”, conta o pesquisador. Além do fato da escassez de verbas públicas destinadas a pesquisas, a ausência de cifras para proporcionar o acesso da população de baixa renda aos tratamentos potencializa as consequências da doença no País.

O caso de cada paciente
Cada vez mais, avanços em pesquisas médicas e no desenvolvimento de tecnologias permitem que os pacientes recebam tratamentos específicos para seus casos. De acordo com o cirurgião oncológico Vladmir Pinheiro, especialista em câncer urológico, que atua no Hospital São Camilo Cura d`Ars, em Fortaleza, a individualização é decidida pela equipe médica de acordo com o estágio da doença, desde o diagnóstico até o tratamento em si. “Estão sendo criados medicamentos cada vez mais específicos porque alguns pacientes têm a mesma doença, mas respondem a elas de formas diferentes. Para o câncer de próstata, por exemplo, temos pacientes com o mesmo diagnóstico, mas as idades são diferentes, e a forma de tratamento é diferente para um paciente mais jovem e um mais idoso”, afirma.


Para isso, segundo o médico, são realizados estudos biomoleculares e genéticos, que podem ser feitos a partir da coleta de sangue, saliva ou tecidos. Em mulheres com câncer de mama, por exemplo, é realizado exame de saliva para verificar, a partir dessa análise, se ela apresenta alteração nos genes BRCA1 e BRCA2. “Mulheres com essas alterações têm mais chance de ter câncer do que a população de mulheres que não as têm e podem responder melhor a determinados tipos de medicamentos”, explica o cirurgião. De acordo com Pinheiro, outro exemplo da aplicação do tratamento individualizado é o estudo genético em pacientes diagnosticadas com câncer de mama por volta dos 50 anos e em estágio inicial, para determinar se a quimioterapia será necessária ou não.

Entre as evoluções tecnológicas para tratamento do câncer, o especialista destaca as cirurgias minimamente invasivas realizadas com robôs e os avanços nos exames de imagem para diagnóstico, como a ressonância magnética. “Hoje, estão entrando no mercado com muita força os exames PET/CT e PET/RM, uma fusão da medicina nuclear com a imagem para detectar metástases mais precocemente ou em locais que outros exames não mostram”, acrescenta. Já no que diz respeito ao tratamento, ele cita a radioterapia com feixe de prótons, no lugar de raios x, e a terapia-alvo, que permite a atuação direta em células cancerosas - e não em células saudáveis.

Múltiplas visões
A equipe médica que trabalha com oncologia é formada, basicamente, por cirurgião, radioterapeuta e oncologista. Porém, para se alcançar melhores resultados no tratamento e na reabilitação do paciente, é necessária a atuação de uma equipe multidisciplinar, que seja formada também por profissionais de áreas como psicologia, fonoaudiologia, enfermagem e terapia ocupacional. “É fundamental, pois os pacientes vão ter maior qualidade de vida e vão recuperar funções fisiológicas mais rapidamente. Por exemplo, em caso de um paciente que fez cirurgia na próstata e tem disfunção sexual e incontinência urinária, aí entra o fisioterapeuta”, afirma Pinheiro.

Mais sobre a doença

O que é?
O câncer abrange mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos; e podem espalhar-se por outras regiões do corpo - ao que se dá o nome de metástase. A rápida divisão dessas células dá origem a tumores - malignos ou benignos. Quando benigno, o tumor raramente constitui risco de vida.

Diferentes tipos
Os tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Se ele tem início em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, é chamado de sarcoma. Outras características que os diferenciam são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes.

Como surge?
As células são formadas por três partes: membrana celular, citoplasma e núcleo - onde estão os genes. Toda informação genética encontra-se neles, em uma "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA), por meio do qual os cromossomos passam informações para o funcionamento da célula.

Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes e passar a receber instruções erradas. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, eles transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização das células normais, transformando-as em células cancerosas.

O que causa?
Fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou ser herdados. 80% dos casos de câncer estão relacionados ao meio ambiente, composto pelo meio em geral (água, terra e ar), pelo ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), pelo o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) e pelos ambientes social e cultural (estilo e hábitos de vida). São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.

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