Com popularidade criada durante os anos 1990 e chegando ao auge com a trilogia “Matrix”, Keanu Reeves é um ator que busca explorar papéis de diferentes vertentes para não se limitar apenas a um gênero. Após filmes de qualidade questionável como “47 Ronins”, o ator ganhou novo destaque com o lançamento de “De Volta ao Jogo”, em 2014. Disponível no serviço de streaming Netflix, o longa apresenta John Wick, um ex-matador de aluguel interpretado por Reeves.
A premissa parece batida: um assassino contratado se aposenta e se afasta de todo o passado de crimes. Viúvo, Wick mora sozinho com seu cachorro, um dos últimos presentes da esposa. Um ataque inesperado acaba vitimando o animal, fazendo com que John retorne à ativa e busque vingança aos que acabaram com seu descanso.
A dupla de diretores Chad Stahelski e David Leitch logo mostram que esse não é mais um filme genérico de ação. Em uma época na qual cortes rápidos e câmeras agitadas dão uma falsa sensação de dinamismo para os filmes, os diretores apostam em planos longos e detalhados, que exploram a capacidade de Keanu Reeves como ator. Por evitar o uso excessivo de dublês, é possível ver todo o treinamento de Reeves, tanto com armas de fogo como em cenas de perseguição, dando mais credibilidade para as cenas.
O desenvolvimento da mitologia da rede de assassinos que Wick compunha também é um destaque da trama. Compostas diversas camadas de hierarquia, regiões com assassinatos proibidos e especialistas em diferentes áreas, as leis dos assassinos mostram o cuidado que a equipe responsável pelo longa teve com o roteiro.
O filme gerou uma sequência, intitulada “John Wick: Um Novo Dia para Matar”. Sucesso de crítica e público, a série já tem data prevista para se encerrar: maio de 2019, com o lançamento do terceiro filme. Um dos melhores longas de ação dos últimos anos “De Volta ao Jogo” mostra a construção de um universo crível rende bons resultados para obras de qualquer gênero.