Deputados do PP irão recorrer contra Adail Carneiro no comando da sigla
28/04/2016 | 14:34Deputados estaduais do PP no Ceará irão à Justiça contra decisão do comando nacional do partido que nomeou o deputado federal Adail Carneiro (PP) presidente da sigla no Estado. Segundo o deputado estadual Zé Ailton Brasil (PP), a bancada não recebeu até agora nenhuma comunicação oficial sobre a mudança, que não teria sido sequer discutida no partido.
A nomeação de Adail, feita diretamente pelo presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), ocorreu logo após votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, em 17 de abril. Apesar de ter feito acordo com Dilma e o governador Camilo Santana (PT) para votar contra o pedido, Adail acabou “virando casaca” na última hora, seguindo voto do PP pelo impeachment.
Vista como “prêmio” pela traição, a nomeação tem sido alvo de críticas de deputados do partido no Ceará, que cobram volta de Padre Zé Linhares ao comando da sigla. “Esse tipo de canalhice nem no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS) se encontra. É uma indignidade comportamental”, disse Fernando Hugo (PP).
Em resposta, Adail diz que “é muito cedo” para “procurar um desentendimento” com ele. Ele afirma que irá procurar cada um dos deputados para tratar do assunto. Ele disse ainda que já tentou entrar em contato com assessores do presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (PDT), para chegar a um entendimento sobre o assunto, mas que não teria recebido resposta.
Pai do ex-vice-presidente do PP, o prefeito de Massapê Antônio Albuquerque, Zezinho também criticou a nomeação de Adail na Assembleia. “Acredito que cada um pode mudar de opinião e deve votar com sua consciência. Era só falar a verdade”, disse nesta quarta-feira Zezinho, que articulou diversas filiações para o PP nos últimos meses.
Em resposta, os deputados estaduais Joaquim Noronha (PRP) e Agenor Neto (PMDB) saíram em defesa de Adail nesta quinta. Em sua fala, Agenor afirmou que quando o grupo ligado aos Ferreira Gomes assumiu influência sobre o controle da sigla no Estado, também fez modificações nos diretórios sem consulta prévia aos integrantes do partido.