Nomeação de Adail Carneiro como presidente do PP no Ceará não foi bem aceita por deputados estaduais do Estado. Na manhã de ontem, o assunto foi tema de discussão na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), e deputados do PP e de outras siglas desaprovaram atitude do deputado federal e da executiva nacional da legenda. Retirada de José Linhares, conhecido como Padre Zé, do cargo foi a principal crítica.
O presidente da AL-CE, Zezinho Albuquerque (PDT) acusou Adail de “trair” o PT, ao votar favoravelmente ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados no último dia 17, enquanto já havia garantido que votaria contra. Ele fez crítica também ao comando nacional da legenda, que nomeou Adail como presidente no dia seguinte.
Zezinho lamentou saída de Padre Zé Linhares, que ocupava cargo de presidente estadual da sigla. Apesar de não pertencer ao PP, Zezinho mantinha influência na sigla e havia intermediado várias filiações a ela. O filho do deputado, o prefeito de Massapê Antônio Albuquerque, era vice-presidente estadual do PP.
“Acredito que cada um pode mudar de opinião e deve votar com sua consciência. Era só falar a verdade. Peço desculpas aos vereadores, deputados e prefeitos que levei para o PP. Jamais imaginaria uma coisa dessa”, afirmou Zezinho. Ele disse, ainda, que “votar em troca de diretório” não é atitude de “homens públicos dignos”.
Em resposta, Adail disse que “é muito cedo” para “procurar um desentendimento” com ele. Disse, ainda, que ontem pela manhã entrou em contato com um assessor de Zezinho afirmando que queria buscar um entendimento com parlamentares e prefeitos que migraram para o PP, mas que não teria recebido resposta.
“Lamento toda essa fala que foi feita por deputados que migraram para o PP e lamento mais ainda o tipo de fala desagregadora, indecente, desonesta, imoral (de Zezinho)”, respondeu. Ele disse que quer conversar com cada um desses parlamentares.
O estopim da discussão foi o discurso de Fernando Hugo (PP). Crítico recorrente do governo Dilma, classificou a ação de Adail como “canalha”. O erro, segundo ele, não foi ter votado pelo impeachment, mas ter garantido a petistas que votaria contra. “Esse tipo de canalhice nem no Intituto Penal Paulo Sarasate (IPPS) se encontra. É uma indignidade comportamental”, disse.
Walter Cavalcante (PP) disse que não se sente representado por Adail. “Sinto-me representado pelo Padre Zé Linhares, que é honrado e digno”, apontou.
A reportagem tentou, por três dias, falar com Padre Zé, mas não conseguiu.
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