O ex-prefeito de Maracanaú e pré-candidato pelo PR ao Governo do Estado, Roberto Pessoa, fez questão de se destacar como o candidato apoiado pelo ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) – de quem já foi opositor – e pelo ex-governador Lúcio Alcântara (PR) para eleições de 2014. Em entrevista à Rádio O POVO/CBN, nesta segunda-feira, 16, Pessoa reforçou o desafeto político com Ciro Gomes e disse que o governo do PT – do qual já foi aliado histórico – é “um dos mais corruptos da história do Brasil”.
O pré-candidato foi questionado sobre a mudança de postura na relação com Tasso Jereissati. Para Pessoa, o fato de ambos terem perdido eleição para o grupo do governador Cid Gomes (Pros) os colocou do mesmo lado opositor. “Se tem uma pessoa coerente na politica sou eu, modéstia a parte, eu obedeço ao povo. A democracia diz o seguinte: que ganha, governa, perdeu o governo, vira oposição”, ressaltou. Em 2006, Lúcio Alcântara, presidente do PR, perdeu a reeleição para Cid. Já o PSDB foi derrotado com Marcos Cals na disputa pelo governo em 2010.
Inimigo de Tasso
“Reconheço que não fui só adversário, fui inimigo”, disse Roberto Pessoa em relação a Tasso. Mesmo assim, se disse premiado com o convite feito pelo tucano para ser candidato ao Governo em chapa com o PSDB. “Eu sou hoje o único pré-candidato a governador que tem apoio de dois grandes homens públicos”, frisou.
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Questionado se poderia provar o que dizia, Pessoa disse estar reproduzindo reportagem feita pela revista Veja sobre desvio de verbas. Ele pontuou ainda que, em Maracanaú, Ciro o chamou de “chefe de quadrilha”. “Isso aí foi uma resposta que eu dei a ele”, disse Pessoa.
Homicídios em Maracanaú
No início da entrevista, Pessoa destacou como um dos pontos fortes de sua carreira política a redução da queda da taxa de homicídios durante sua gestão na Prefeitura de Maracanaú. No entanto, o jornalista Rui Lima destacou pesquisa baseada em dados do sistema de informações sobre mortalidade do Ministério da Saúde que mostrava que, em 2004, o índice de óbitos em Maracanaú era de 49 – um ano antes de Pessoa assumir a Prefeitura. No entanto o número quase triplicou até 2012 – no fim da gestão, passando para 126 óbitos.
Roberto Pessoa, que havia afirmado ter reduzido pela metade os índices de homicídios, tentou justificar os números, dizendo que boa parte dos casos acontecia em regiões limítrofes como Maranguape e Fortaleza, mas eram registradas como se fossem em Maracanaú. Mesmo assim, o ex-prefeito voltou atrás e disse que a redução nos índices aconteceu somente até o terceiro ano dos seus oito à frente da Prefeitura.
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