Em carta, o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão ontem do governo interino de Michel Temer (PMDB). Em meio a uma crise que atinge o presidente em exercício, é a segunda baixa no primeiro escalão em uma semana. A primeira foi a do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.
Silveira pediu demissão após ser divulgada gravação feita por Sergio Machado na qual aparece orientando investigados na Operação Lava Jato quando ainda era membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário.
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Nos áudios, ele também critica a operação conduzida pelo Ministério Público Federal. O conteúdo das gravações foi veiculado no último domingo, 29, no programa “Fantástico”, da TV Globo.
A divulgação, mais uma de uma série que mira na cúpula do PMDB, abriu nova crise e repercutiu entre servidores dos órgãos de fiscalização, no meio político e fora do País.
Ainda ontem, funcionários da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) fizeram uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto cobrando a saída do chefe da pasta.
A Transparência Internacional ameaçou suspender o diálogo com o ministério brasileiro até que uma apuração plena fosse realizada e um novo ministro com experiência “adequada” na luta contra a corrupção fosse nomeado.
No Ceará, o chefe da Controladoria Regional da União no Estado, Roberto Vieira, entregou o cargo em protesto. “Isso é inaceitável. Pela primeira vez na sua história, a CGU tem um titular que não corresponde aos requisitos mínimos de moralidade que se exige”, disse.
O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil no Ceará (Sindifisco-CE) chegou a agendar reunião para organizar mobilização contra a manutenção do ministro à frente do cargo.
Mesmo com os estragos políticos causados, Michel Temer decidiu manter Fabiano Silveira no cargo para evitar atritos com o senador Renan Calheiros (PMDB), que teria indicado o ex-conselheiro do CNJ para a pasta. No entanto, o pedido de exoneração acabou sendo entregue ao presidente em exercício no final da noite.
Na carta, o ex-ministro afirma que, durante o curto período no cargo, esteve “imbuído dos melhores propósitos e motivado a realizar um bom trabalho”.
Silveira classifica os áudios como “especulações tão insólitas” e diz que não há em suas palavras “nenhuma oposição aos trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário”, instituições pelas quais “tem grande respeito”.
Ele alega que suas falas nas gravações “foram comentários genéricos e simples opinião” que acabaram sendo amplificados pelo clima de “exasperação política”. (com agências)
Saiba mais
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que a demissão do ministro Fabiano Silveira, formalizada após intensa pressão de setores ligados à pasta e de dentro do governo, demonstram que "a sociedade não vai admitir qualquer retrocesso na investigação de desvios de integrantes do governo".Para Caiado, Michel Temer "precisa estabelecer linha automática de conduta e não pode ter compromisso com o erro.
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