Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), economistas analisam o que ocorrerá com a economia do País. Para uns, a saída da presidente é certa e os problemas econômicos, apesar de continuarem, vão ser, de certa maneira, aliviados pela reação positiva dos mercados especulativo e real. Mas há também quem pense que a indicação de que um novo Governo virá, o do vice-presidente Michel Temer (PMDB), apenas agravará a crise política que afeta a economia.
Mansueto Almeida, especialista em contas públicas e integrante licenciado do quadro técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que, independentemente do presidente, os problemas são os mesmos, não há diferença. Portanto, caso o Senado Federal aceite abrir o processo de impeachment e a presidente seja afastada por 180 dias, o vice Temer terá a mesma agenda e a necessidade de promover reformas. Como a da Previdência e o ajuste fiscal.
“Com Temer assumindo, haverá boa vontade do mercado e o benefício da dúvida por uns quatro a cinco meses. Mas, os mercados vão reagir positivamente. E, nesse tempo, ele terá que mostrar uma coalizão política mínima para provar que consegue aprovar as agendas que ainda não avançaram”.
Que o Governo consiga sair o mais rápido possível da crise política que tem efeitos maléficos na atividade econômica. Esse é o desejo do economista Paulo Dantas, integrante do Conselho Federal de Economia (Cofecon). Para ele, não há razões para o impeachment e vê a possível saída da presidente Dilma como desfavorável para a economia. “A economia vive muito de expectativas. Como tratar o investidor estrangeiro diante de uma situação como essa? Esse investidor não vê segurança política no Brasil”, afirma.
Efeitos no mercado
Na visão de Victor Leitão, sócio da SM Consultoria, a aprovação da Câmara já traz, no curto prazo, efeito positivo no mercado. “A tendência natural é que o dólar caia. Olhando para frente, com o afastamento da presidente, vejo a inflação mais para baixo, o que alivia os juros. Ainda no campo das expectativas haverá mudança nos índices de confiança do consumidor e dos empresários”, diz. Com o governo do vice Temer, diz que o empresariado voltaria a investir, o que geraria emprego e renda. “Criaria uma espiral positiva no País”.
Já o economista Assuero Ferreira, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC), enxerga recuperação da economia daqui a quatro ou cinco anos. Pelas previsões de Assuero, haverá decréscimo da economia. Em 2016, inflação chegará 9%. “Com impeachment ou não, teremos queda do PIB e inflação elevada. Estamos em uma encruzilhada”. Em relação a Temer, diz que, caso assuma o Governo, não vai mudar nada. “Ele não sabe nada de coisa nenhuma. Ele é apenas um cara que tramou assumir a Presidência se aliando com Eduardo Cunha”.
Mas para o economista Sérgio Melo há uma expectativa favorável para a melhoria das condições do País com a aprovação da Câmara. “Caso o Senado acolha, na hora em que ela (Dilma) for afastada, não muda nada do ponto de vista da economia, mas não piora”, diz. Os atores que influenciam diretamente na economia, ele prevê que irão melhorar aos poucos. “Deverá existir certa flexibilidade na área de crédito para restabelecer a capacidade das empresas de retomarem a vida real. De imediato, a bolsa e o dólar, na economia especulativa, responderão positivamente”.
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