Pela 2ª vez desde a redemocratização, a Câmara dos Deputados autorizou ontem abertura de processo de impeachment contra um presidente eleito pelo voto popular. Com diversas evocações a Deus e à família, 367 deputados votaram sim ao pedido, que segue agora ao Senado Federal. Em sua última instância, governo aposta agora na pressão das ruas para reverter a derrota.
Na base aliada, Dilma só não foi traida pelas bancadas do PT e PCdoBDúvidas indicam dias ainda tensos pela frente após votação na Câmara
Com 137 votos contrários ao pedido, 7 abstenções e duas ausências – uma delas do cearense Aníbal Gomes (PMDB) –, a oposição acabou ganhando com 25 votos de “folga”. A derrota ocorre contrariando bancada do Ceará, que, com 11 votos contra, uma abstenção e uma ausência, acabou dando 13 de seus 22 votos no sentido de barrar o impeachment.
Vinte e dois estados deram maioria pró-impeachment. Governo venceu no Amapá, Maranhão, Bahia e Ceará. O 342º voto em favor do impedimento, que atingiu a barreira dos dois terços da Casa necessários para a aprovação, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PB), líder da oposição na Casa. Após o voto, o deputado foi carregado por colegas. Debates ocorriam desde às 8h55min da sexta-feira.
A presidente, atingida pela queda de popularidade em razão da crise econômica e das investigações da Lava Jato, ainda não será afastada do cargo, no entanto. Para que isso ocorra, a decisão dos deputados tem de ser referendada pelo Senado por maioria simples, o que deve ocorrer no início de maio.
Com isso, Dilma se une a Fernando Collor (PTC) no rol de mandatários que tiveram o impeachment aberto pela Casa após a redemocratização do Brasil - o hoje senador alagoano acabou renunciando antes do julgamento que lhe cassou direitos políticos.
Indecisos foram ao ‘sim’
Dos 31 deputados que se diziam “indecisos” até a manhã de domingo, 21 migraram para o “sim” ao impeachment, e 10 votaram contra o impedimento da presidente.
Entre a base aliada, o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) se destacou como um dos mais fervorosos defensores do governo. Em sua fala, chegou a acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ser um dos “arquitetos do golpe”. “Quem quer assumir é o PCC, Partido da Corja do Cunha”, disse.
Defensores do governo e até alguns opositores também endossaram críticas ao peemedebista. Réu no Petrolão, ele não respondeu a ataques, como é seu costume. Em seu voto, o deputado, que é evangélico, se limitou a dizer que espera que “Deus tenha misericórdia do País”.
Antes mesmo de a oposição atingir a casa dos 342 votos, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), deu entrevista admitindo a derrota na Câmara. Segundo o petista, estratégia do governo agora é investir na pressão das ruas para reverter a derrota no Senado. (com agências)
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016