Os discursos de campanha no Brasil não são mesmo honestos. As questões de fundamento passam ao largo. O alvo é imediato. Ganhar ou ganhar. Depois se vê. Nesta última, mais uma vez, caímos nas promessas pontuais, na prestação de contas chapa branca e nas discussões anacrônicas, como o confronto entre os legados dos dois partidos. No caso da presidente reeleita, menos disposição para o mea culpa explícito. Em verdade, o mea culpa até houve, ao anunciar com constrangedora antecedência a saída futura do ministro da Fazenda Guido Mantega.
Apesar de o reconhecimento oficial ter sido subliminar, a desaceleração do PIB é fato. O Brasil não cresce nem 1% este ano, na visão mais otimista. E isto diz muito. Ainda que o Governo (e é saudável ser cético com governos) recorra a fotografias. O principal retrato é a taxa de desemprego confortável. Mas, fotografias amarelam e, portanto, a questão é de futuro.
Para quem olha o horizonte sem paixões partidárias, a certeza de que é preciso olhar no curto e no longo prazo. A vida real tem gargalos na infraestrutura, crise de credibilidade e...inflação. E não há nada mais concentrador de renda do que ela. Hoje, há uma série de preços agarrados pelos chifres, sobretudo energia e combustíveis, à custa da sangria da Petrobras. Esta, aliás, em plena hemorragia.
Passado o teatro da campanha, a realidade se impõe. Sem palanque.
Jocélio Leal
Editor-Executivo do Núcleo de Negócios
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