CASO DAS VERBAS 12/08/2014

Adiada audiência no MP com vereador investigado

A Onde É é acusado de enriquecimento ilício, entre outros crimes. Existem "fortes indícios", diz MPE
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Raul Galhardi raulgalhardi@opovo.com.br
THIARA NOGUEIRA, 29/5/2013
Luiz Alcântara, da Procap: investigações continuam

O vereador Antônio Farias de Souza, conhecido como A Onde É (PTC), adiou para a próxima quinta-feira, 14, a audiência que seria realizada ontem no Ministério Público Estadual (MP-CE) para apresentar sua defesa e a do seu assessor, Claudemir da Silva. Farias é acusado de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e peculato e Silva de acobertar as ações do vereador.

 

O advogado do vereador, Leandro Vasques, afirmou que solicitou o adiamento por não ter tido tempo hábil para aconselhar seu cliente. “O vereador foi notificado na sexta-feira pela manhã e convocado para ser ouvido já nesta segunda-feira. Só amanhã (hoje) terei acesso ao processo”, afirmou.


O advogado diz que o vereador se declara inocente e que a acusação teria partido de alguém de fora da equipe de assessoria de A Onde É, que teria se sentido contrariado por não integrar a equipe.


Segundo o advogado, o vereador também suspeita de um ex-assessor jurídico. “Se a denúncia se restringir apenas à acusação de um advogado que foi ex-assessor jurídico, isso representa no mínimo uma violação do Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pode significar crime de patrocínio infiel, por revelar sigilo profissional”, disse Vasques.


O POVO foi ontem até a Câmara Municipal para falar com o vereador, mas o gabinete estava fechado. A Onde É pediu licença do mandato há dois meses para disputar o cargo de deputado estadual. A candidatura, no entanto, foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). Na sua vaga está o seu suplente, Robert, que também não estava no local.

 

Investigação

As acusações fazem parte de operação do MP-CE, que investiga desvios de Verba de Desempenho Parlamentar (VDP) e de verba para contratação de assessores na Câmara Municipal de Fortaleza.

 

As apurações tiveram início em 2011, ainda na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT), e diziam respeito à suposta compra de apoio parlamentar em troca de emendas.


De acordo com o promotor Luiz Alcântara, da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), as provas ainda estão sendo analisadas, mas “há fortes indícios de enriquecimento ilícito” por parte do vereador.


“O Ministério Público ouvirá o vereador e continuará com as investigações, que tem como objetivo analisar se esses fatos se repetem com outros vereadores”, afirmou Alcântara.

 

Números


20,2 mil reais é a Verba de Desempenho Parlamentar na Câmara Municipal de Fortaleza

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