Cultura
Baião de dois não é apenas comida, é tradição cearense. Com nata e queijo, temperado, feito com feijão verde, de corda ou servido com farofa. O prato é um dos mais requisitados em barracas de praia e restaurantes da Capital. Difícil encontrar alguém que não gosta e, mais difícil ainda, encontrar alguém que aqui resida e que nunca o tenha consumido. A clássica mistura de arroz, feijão e acompanhamentos saborosos é apontada por 54% dos eleitores fortalezenses como o prato típico da Cidade, na pesquisa O POVO/Datafolha.
De fato, Fortaleza (e o Ceará) têm um circuito gastronômico de sabores inconfundíveis. “Aqui há serra, mar e sertão”, aponta a chef de cozinha Regina Mendonça, que se identifica como uma apaixonada pelo prato. E a variedade geográfica se reflete nos nossos modos de vida e, consequentemente, nos sabores da nossa culinária. Fernando Barroso, chef de cozinha e estudioso da gastronomia cearense, ressalta que o prato faz parte do “acervo culinário da nossa região”.
Não há receita exata para um bom baião de dois. Vai do paladar de quem consome e das preferências de quem prepara. Para os mais clássicos, é o cozimento de dois terços de arroz e um terço de feijão em uma panela que forma o melhor prato do mundo. Em outras frentes, há aqueles que acreditam nos novos ingredientes – que vão do bacon ao creme de leite. Fernando Barroso investe no baião de dois tradicional, com poucos incrementos e sabor inconfundível. Como se fosse preparado por uma mãe, por uma tia ou uma avó.
Valor nutricional
Para além do sabor, o baião de dois tem valor nutricional considerável. “O arroz é rico em metionina e deficiente em lisina, o feijão é rico em lisina e deficiente em metionina. Então, um completa o outro com os aminoácidos”, pontua Fabi Fontes, nutricionista da Reviva Nutrição. Entretanto, quando a panela abarca ingredientes em demasia, para além do cereal e da leguminosa, o prato pode perder alguns benefícios. Nata, queijo, creme de leite, linguiça, bacon, manteiga, pimenta e outros apetrechos podem entrar na mistura. “Acaba se tornando uma comida calórica. É muita gordura, torna difícil a digestão e dá sono”, explica Fabi. Por isso, como outros pratos típicos, o ideal é não abusar
das quantidades.
Como é o seu baião?
“Gosto do baião de dois tradicional. Com feijão de corda dentro da panela de arroz e depois queijo. Esse é o nosso baião! Pronto! Um queijo nosso, salgadinho, gostoso, assado em pedacinhos. Se houver uma nata caseira também pode colocar um pingo. Gosto muito de fazer baião de dois. E quando faço, é isso. Mas enfeitar o baião de dois não é comigo. Pois deixa de ser baião de dois, e passa a ser baião de muita coisa”.
Zé Tarcísio, artista plástico
A pesquisa
O POVO/Datafolha foi realizada nos dias 6 e 7 de outubro e ouviu 864 eleitores de Fortaleza. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016