vida&arte.dom 28/02/2016

Melhor filme. Quem será aclamado pela Academia?

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Camila Vieira camilavieira@opovo.com.br

Hoje, por volta das 21h30min, os olhos do mundo estarão voltados para o palco do Teatro Dolby, em Hollywood (EUA), para a 88ª cerimônia de entrega do Oscar. Serão 24 prêmios entregues em uma noite comandada pela segunda vez pelo comediante e ator Chris Rock.


Para aumentar a expectativa para o grande prêmio da noite, o Vida&Arte.Dom convidou oito críticos de cinema cearense para apresentarem seus pontos de vista sobre cada um dos indicados à categoria de melhor filme. Brooklin, A Grande Aposta, Mad Max: Estrada da Fúria, O Quarto de Jack, O Regresso, Perdido em Marte, Ponte dos Espiões e Spotlight – Segredos Revelados: quem leva a estatueta mais cobiçada do cinema mundial?
 

Além da expectativa por aqui, o O POVO vai fazer uma ampla cobertura online da cerimônia de premiação. Análise e resultados no O POVO Online, tapete vermelho e destaques no Instagram (@opovoonline) e muita discussão no Twitter (@opovoonline), sempre com a hashtag #OPOVOnoOscar.  

 

BROOKLIN, DE JOHN CROWLEY

CLÁSSICO DRAMA DE ÉPOCA

Brooklin é um melodrama sobre imigração que, nas mãos do diretor John Crowley, recebe um tom mais leve, menos apelativo - algo que, de certa forma, o distancia de alguns outros filmes indicados na mesma categoria. Mas ainda assim trabalha com certos códigos que historicamente agradam a Academia: é um drama de época, com estilo clássico e conta a história de uma garota que encontra boas perspectivas de vida nos Estados Unidos. Apesar de ter bons momentos, o filme nunca chega a ser extraordinário.  

 

Camila Vieira
JORNALISTA E PESQUISADORA
Pesquisadora, é crítica da Abraccine e escreve para o site Sobrecinema (bit.ly/1THa2n6)

 

A GRANDE APOSTA, DE ADAM MCKAY

CRISE FINANCEIRA RISÍVEL
Desnudar a crise econômica americana de dentro para fora salpicada de ironia é a aposta de Adam McKay. Vindo da seara cômica, o diretor e roteirista apresenta uma trama que acompanha grupos de investidores que farejam o desastre financeiro pouco antes da queda, em 2008. No tutano um festival de diálogos ácidos sobre investimentos em Wall Street, ou economia americana e seu mercado de hipotecas. Mas, ainda assim, o filme funciona pelo tom que paira entre a ironia e a sátira. A montagem esperta e o elenco afiado são outros bons motivos. Christian Bale, uma espécie de “Rain Man” da economia, é o melhor deles, mas Ryan Gosling, Steve Carell e Brad Pitt rendem bem.  

 

Daniel Herculano
JORNALISTA E CRÍTICO
Publisher do clubedecinema.com.br e crítico de cinema membro da Abraccine 

 

MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA, DE GEORGE MILLER

AÇÃO FRENÉTICA E FEMINISTA
Estrada da Fúria marcou o retorno do australiano George Miller à saga Mad Max, criada por ele mesmo em 1979. O resultado superou as expectativas: seguindo uma tradição da ficção científica, Miller revela-se um observador atento e crítico da sociedade na construção de sua própria distopia. Através de vilões temidos, demonstra sua desaprovação a sistemas abusivos, bem como ao fanatismo. A estes elementos, já presentes nos filmes anteriores, inseriu com eficácia o feminismo. Como resultado, o filme não somente atingiu o máximo de excelência nos gêneros ação e ficção científica, como também expandiu sua relevância e alcance ao unir interesses e dialogar com espectadores de esferas distintas.  

 

Beatriz Saldanha
CRÍTICA E PESQUISADORA
Mestranda em Comunicação pela Universidade Anhembi Morumbi (SP)

 

O QUARTO DE JACK, DE LENNY ABRAHAMSOM

LONGA DE PERSONAGENS
A essência de O Quarto de Jack começa (e se encerra) no cômodo onde Ma (Brie Larson) é aprisionada e molestada durante sete anos. O longa, que se inicia como um estudo de personagem e os efeitos psicológicos de abusos mentais e sexuais, torna-se rapidamente algo caricato e clichê. Seja pelo tom de claustrofobia dos cortes de cena – que funcionam bem somente na primeira parte – ou pelo roteiro sensacionalista. No entanto, o que faz de O Quarto de Jack algo difícil de ser esquecido são as performances dos protagonistas, Brie Larson e Jacob Tremblay. Se não fosse pela dupla, o longa-metragem passaria longe de ser reconhecido como um dos grandes filmes deste ano.  


Flávio Augusto Pinto
JORNALISTA E CRÍTICO
Jornalista e crítico de cinema e televisão  

 

O REGRESSO, DE ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU

RÉQUIEM DA JORNADA HUMANA
As bases da estrutura de O Regresso: a história, a natureza (incluso o homem) e a religiosidade, exigem uma análise filosófica. A trajetória de padecimento de Hugh Glass é uma metáfora da jornada do homem, dividido entre o bem e o mal, ao longo da História na qual constrói a sua civilização. O elemento-chave do enredo, a vingança, serve como o instrumento de transformação humana. A vingança expressa o homem-animal, agressivo, de força e parca racionalidade (como o urso); e o seu abandono concede a superação dessa animalidade e o encontro da plena racionalidade, a qual se consuma na visão de sua espiritualidade (representada pelo espírito da mulher de Glass). Uma obra-prima.  

 

Pedro Martins Freire
CRÍTICO DE CINEMA
Crítico desde 1965 e programador do Cinema de Arte, escreve no cinemaeartes.com.br 

 

PERDIDO EM MARTE, DE RIDLEY SCOTT

MERAMENTE EFICIENTE
Depois de ser deixado para trás no Planeta Vermelho, o botânico Mark Watney precisa encontrar uma forma de sobreviver enquanto a Nasa prepara seu resgate. Com um roteiro que não abandona as frases de efeito e os milagres previsíveis, resta a Ridley Scott pensar em outras alternativas para gerar empatia, como colocar o protagonista em conversa direta com o público. Scott utiliza sua experiência em ficção científica para elaborar um filme visualmente efetivo, mas decide economizar em ação e em investigação científica para ser apenas mais uma aventura espacial ‘divertida’.  

 

Diego Benevides
JORNALISTA E CRÍTICO
Membro da Abraccine, escreve no site www.diegobenevides.com.br

PONTE DOS ESPIÕES, DE STEVEN SPIELBERG

DOIS SPIELBERGS EM CONFLITO
Talvez o grande nome do cinemão hollywoodiano nos últimos 40 anos, Steven Spielberg é um cineasta dividido entre a capacidade de criar dramas humanos palpáveis e o vício em açucarar a trama. Ponte dos Espiões é um meio termo entre os excessos de Cavalo de Guerra (2011) e Guerra dos Mundos (2005) e a profundidade de Munique (2005) e A Lista de Schindler (1993). O longa é, por um lado, um drama de profunda humanidade e tensão equilibrada, que apresenta um advogado que, após lutar para defender um espião russo infiltrado nos EUA, acaba negociando um momento-chave da Guerra Fria. O lado açucarado de Spielberg, porém, pesa a mão no ato final, tornando a obra um tanto quanto piegas.  

 

André Bloc
JORNALISTA E CRÍTICO
Repórter e crítico de cinema do Vida&Arte desde 2010
 

 

SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS, de tOM MCCARTHY

A FUNÇÃO DO JORNAL IMPRESSO
Spotlight trata de um escândalo específico, trazido à luz pela imprensa americana em 2002: o número alarmante de ocorrências de padres católicos que abusaram sexualmente de crianças em suas paróquias. O filme é também um símbolo de resistência, diante do fechamento ou demissões em massa que vêm acontecendo nos jornais, devido à popularização dos sites da internet, uma mídia que tem demonstrado pouco interesse em bancar investigações ao longo de meses de pesquisa e aprofundamento, como a realizada pela equipe de Spotlight. O trabalho de Tom McCarthy cumpre, portanto, duas funções: a de filme-denúncia e a de filme-homenagem ao jornalismo velha guarda e às pessoas que o fazem.  

 

Ailton Monteiro
CRÍTICO DE CINEMA
Membro da Abraccine e crítico do Diário de um Cinéfilo (cinediario.blogspot.com)  

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