Há ou não há “uma milícia tomando conta do aparato da segurança pública do Ceará”? A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e o Ministério Público Estadual garantiram ao O POVO que suas investigações, sigilosas, estão a pleno curso, apurando a acusação feita pelos irmãos Ferreira Gomes. Mas ainda distantes de desfecho. As denúncias carregam o viés político do momento.
Na CGD, a apuração dos supostos desvios de conduta policial é relacionada a três situações registradas nas vésperas e no dia da votação do 1º turno. No procedimento mais adiantado, dois PMs já prestaram depoimento no órgão, acusados de arbitrariedades na prisão de uma advogada, na Parangaba. Se apenados, os policiais podem receber de advertência verbal à expulsão.
Segundo o chefe interino da Controladoria, coronel Frederico Malta, os outros dois casos de suposta “transgressão disciplinar” também misturam polícia com política. O serviço de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) teria constatado a circulação de viaturas da PM com numeração raspada ou adulterada. E, pelas redes sociais, oficiais da PM teriam declarado e justificado o voto contra o candidato do governo.
“O caso da viatura ainda está sendo apurado. Mas os oficiais (da postagem no Facebook) já foram identificados e estão na iminência de convocação para depoimento”, detalhou Malta. Se as denúncias avançarem para a fase de sindicância, os nomes dos policiais, por enquanto preservados, serão, pela lei, publicados no Diário Oficial do Estado.
O procurador geral de Justiça, Ricardo Machado, assegurou ao O POVO, por email, que “tramita, desde maio de 2013, no Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco), uma investigação sigilosa visando a apurar a eventual existência de milícia dentro dos quadros da Polícia Militar do Ceará”.
No dia 19 de maio do ano passado, o então consultor informal da SSPDS, ex-ministro Ciro Gomes, fez a primeira acusação pública sobre a existência da suposta milícia. Apontou o vereador Capitão Wagner (PR), agora deputado eleito e adversário na campanha, de comandá-la. Intrigas e rivalidades alimentadas desde a greve dos policiais militares, no início de 2012, liderada por Wagner.
O governador Cid Gomes, na semana que passou, voltou a sustentar a acusação de policiais milicianos - a frase entre aspas no começo deste texto é dele, declarada no último dia 5. E tanto Cid e Ciro quanto Wagner defenderam a presença de tropas federais no 2º turno. Pedido, feito oficialmente por Cid, acatado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e já requisitado ao Tribunal Superior (TSE), em Brasília.
O POVO chegou a ouvir promotores próximos ao Gaeco, que disseram não conhecer a investigação. “Os membros do Ministério Público envolvidos estimam que, em breve, tal procedimento será concluído”, disse a resposta da PGJ. O POVO também apurou que, em meados de 2013, um procedimento interno na CGD, aberto após o declaratório de Ciro Gomes para apurar a existência da milícia na PM, foi arquivado por falta de provas.
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