25/05/2014

A face das obras da Copa

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Após o anúncio de que Fortaleza seria cidade-sede da Copa, o futuro “legado” que seria deixado por obras de mobilidade passou a ser argumento dos defensores do Mundial. A 18 dias do início do evento, somente um terço do total previsto para mobilidade foi executado. Conforme O POVO publicou na última sexta, 23, dos R$ 559 milhões para as ações, apenas R$ 182 milhões foram executados pelo Estado e pela Prefeitura.

 

“Muita coisa difere do que foi planejado porque, além das irregularidades técnicas das obras, o governo brasileiro não contava com a população organizada contrária às imposições autoritárias das suas intervenções”, analisa Mariana Fernandes, autora de estudo sobre as intervenções do PAC da Copa e da mobilidade urbana na remoção de comunidades.

 

Doutoranda em Geografia pela Unicamp, a pesquisadora aponta que a intervenção proposta em decorrência da Copa “pouco melhorou” a mobilidade urbana da população. A real mudança se restringiu, defende Mariana, ao mercado imobiliário, que gerou “mais valores nas estruturas fixas do que nos equipamentos coletivos móveis prometidos”.

 

Morador da comunidade Caminho das Flores, no bairro Parangaba, o professor Thiago Souza teve a casa demolida para a construção do ramal Parangaba-Mucuripe do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A família de Thiago, porém, não deixou o lugar onde mora desde a década de 1980. Com o dinheiro da indenização, construiu casa no mesmo lugar.

 

“O problema agora é que, como a obra do VLT não vai mais sair para a Copa, tudo está parado. Fizeram um elevado para o trilho e cavaram bastante, a rua está cheia de buracos e muitas casas não podem ser reconstruídas por conta disso”, diz. Morador da região desde que nasceu, há 25 anos, Thiago afirma que a maioria dos seus vizinhos reclama do baixo valor pago pelas indenizações e denuncia que muitos moradores ainda não conseguiram retornar às suas casas.

 

Por nota, a Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará afirma que, “mesmo com o esforço empregado pelo Governo do Estado do Ceará para entregar à população de Fortaleza, o VLT Parangaba-Mucuripe não ficará pronto no prazo estipulado”.

 

A nota diz ainda que, “neste momento, o Governo estuda as decisões a serem tomadas, no sentido de preservar o que já foi feito e garantir a entrega total da obra no menor tempo possível”. (Paulo Renato Abreu)

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