A partir de hoje, a conta de água do fortalezense está 11,96% mais cara. É o segundo reajuste feito pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) em cerca de quatro meses. Mesmo com chuvas no litoral, as precipitações no Estado estão abaixo da média histórica. O volume dos reservatórios é o menor, se comparado ao mesmo período nos últimos quatro anos de seca.
Segundo os técnicos, as poucas precipitações reduzem a qualidade da água e aumentam gastos com tratamento. Órgãos de gestão de recursos hídricos descartam racionamento na Capital este ano, mas a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce) já exigiu plano de ações, caso a medida seja necessária.
O novo reajuste da conta de água será aplicado a todos os 151 municípios atendidos pela Cagece. No entanto, diferentemente do reajuste de dezembro de 2015, que variava de acordo com o consumo, o aumento de hoje incidirá igualmente para toda a população, de forma linear.
De acordo com João Rodrigues, gerente de Concessão e Regulamentação da Cagece, desde o primeiro aumento, já se sabia da defasagem tarifária. “Ficaria muito pesado um reajuste acima de 20%. Achamos que 12,9% poderia sanar os custos, mas eles continuaram”. Ele afirma que a inflação sobre produtos químicos usados no tratamento foi um dos fatores. Ele, no entanto, apontou a escassez de chuvas como fator que mais encareceu o tratamento.
“A qualidade do recurso fica muito deteriorada com o baixo volume dos reservatórios, isso exige mais produtos químicos para o tratamento”, explicou. Com o reajuste, o preço do metro cúbico de água sobe de R$ 2,71 para R$ 3,03.
Além do reajuste linear da tarifa, a Cagece segue com a cobrança de tarifa de contingência nos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Quem não economizar, no mínimo, 10% do consumo médio — calculado de outubro de 2014 a setembro de 2015 — paga multa de 120% sobre o consumo excedente a esse limite.
Estiagem
No quinto ano consecutivo de seca, os reservatórios do Ceará têm o menor percentual armazenado para essa época do ano em mais de duas décadas. Os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) estão com 13,5% da capacidade total armazenada.
No mesmo período do ano passado, o volume acumulado era de 20,3%. Mostra de que, mais uma vez, a quadra chuvosa tem sido insuficiente para ao menos manter as reservas. Em 2014, o índice era de 30,6%. Em abril de 2013, estava em 42,2% da capacidade. No primeiro ano da atual seca, os reservatórios tinham 66,9%, em 22 de abril de 2012.
Desde a inauguração do Castanhão, quando a capacidade de armazenamento do Estado mudou de patamar, o cenário não era tão crítico. A última vez que o volume acumulado de água no Ceará no mês de abril era tão baixo foi em 1995.
Saiba mais
Os dois maiores açudes do Estado estão com o volume abaixo do mesmo período do ano passado. Orós, em abril de 2015, estava com 45,7% da capacidade total. Neste ano, o volume caiu para 35,3%. O açude foi o que teve maior aporte de água, com 99 milhões de m³ neste ano. Reduzidas as perdas, o reservatório teve ganho de 42,7 milhões
de m³ do recurso.
0 cenário no Castanhão, no entanto, é mais crítico. O maior açude do Estado tinha 22,2% do seu volume total no ano passado. Neste ano, o valor acumulado caiu para 9,9%. O reservatório recebeu 65,6 milhões de m³ de água neste ano. No entanto, é o único açude de grande porte do Ceará que está com o volume menor que no início da quadra chuvosa. Ele está com déficit de 75,9 milhões de m³.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
Jornal de Hoje | Página Cotidiano