Partindo da Vila do Mar, na Barra do Ceará, em direção à Praça da Paz Dom Hélder Câmara, na Praia do Futuro, cerca de três mil professores da rede pública municipal da Capital (segundo os organizadores) fizeram, ontem, carreata em protesto contra a proposta de reajuste salarial escalonado feita pela Prefeitura
de Fortaleza.
Na concentração, um trio elétrico e um paredão de som faziam a animação de professores que participavam do movimento grevista e se distribuíam em pouco mais de 100 automóveis, além de dezenas de motocicletas. A categoria está em greve desde o último dia 12 e reivindica reajuste de 11,36%, retroativo ao mês de janeiro, em adequação ao piso nacional definido pelo Ministério da Educação (MEC).
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), concordou em pagar esse reajuste salarial, mas de forma escalonada, com aumento de 5,5% a partir de março, e do valor complementar em agosto. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), no entanto, rejeitou a proposta, em assembleia realizada na segunda-feira passada, 15. Uma nova reunião entre grevistas e o prefeito está prevista para esta semana.
“Não faz sentido a Prefeitura ter recebido R$ 289 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e o prefeito argumentar que não tem dinheiro para fazer logo o reajuste dos professores”, protestou a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme. A carreata passou pelas avenidas Leste-Oeste, Monsenhor Tabosa, Abolição, Beira Mar, Vicente de Castro, César Cals e Dioguinho.
Bandeiras e bordões
Os manifestantes portavam bandeiras sindicais e cartazes. No trio elétrico, sindicalistas gritavam palavras de ordem e pediam apoio da população ao movimento. Os principais bordões usados na carreata foram “Não tem dinheiro para educação, mas tem dinheiro para pagar o Safadão”, em referência à contratação do cantor Wesley Safadão para o Réveillon de Fortaleza, por R$ 480 mil, e “Se não tiver dinheiro, vai ter greve o ano inteiro”.
Para a professora Célia Vieira, 56, “a proposta da Prefeitura é um desrespeito já que 60% da verba do Fundef devem ser aplicados na valorização do magistério”. Trabalhando no Jardim Iracema, ela diz ainda que as escolas da região sofrem problemas estruturais.
Saiba mais
Na última sexta-feira, 19, os grevistas já haviam realizado uma passeata no Centro, da Praça do Ferreira até o Paço Municipal.
Na sede da Prefeitura, uma comissão de professores foi recebida pelo chefe de gabinete, Francisco Queiroz, que prometeu agendar para esta semana uma reunião do movimento grevista com o prefeito Roberto Cláudio.
A Prefeitura estima em 30% a adesão de professores da rede municipal à paralisação. Já o Sindiute calcula o percentual em 60%.
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