Saber que a Catedral tem estilo gótico. Sentir o vento bom da esquina da Praça dos Leões. Visitar o Museu do Ceará e se encantar com o Theatro José de Alencar. O Centro de Fortaleza é tomado pelo silêncio aos domingos. Poderia ser preenchido com história, passeio e lazer. Ontem, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) festejou seus 80 anos mostrando o quanto ocupar o Centro é necessário.
Caminhada e passeio ciclístico levaram algumas dezenas de pessoas a conhecer mais sobre arquitetura e história. Percurso que poderia ser feito mais vezes, de diferentes formas e por mais pessoas. Praça dos Mártires (Passeio Público), Forte de Nossa Senhora da Assunção, Catedral, Praça dos Leões, Museu do Ceará, Pra do Ferreira, Theatro José de Alencar.
“Eu passo por esses locais diversas vezes, porque venho pedalando da praia.
Mas, os meus filhos não conhecem o Centro”, reconheceu a arquiteta Cristina Fontenele, 54. Para ela, há muita burocratização para que os investimentos aconteçam na área. “Precisaria de muitas parcerias”, ressaltou.
Já para a também arquiteta, Fernanda Marques, 40, levar os filhos (Marina, 6, e Tiago, 8) ao Centro é parte da programação de lazer. “A gente vai ver prédios muito legais”, chamava os pequenos, tentando atrair o interesse infantil. “Não precisa fazer muita coisa, é só mostrar mesmo o que é diferente, o piso, as janelas. E contar a história. É assim que eles sabem que o que é de todos, é deles também”, frisou.
Mais valorização
A superintendente do Iphan, Geovana Cartaxo, destacou que foi proposital comemorar no domingo o aniversário do primeiro instituto de patrimônio da América Latina, cuja data foi na última sexta-feira, 13. “É um dia interessante de viver o Centro. Na semana é um caos”, disse. Para ela, diferente da natureza, que se refaz, o patrimônio precisa de cuidado, de restauração, de ressignificação.
“A Estação João Felipe, por exemplo. Um prédio belíssimo, um lugar de afetividade e memória. Mas, por lá não passa mais trem. Precisa ser atualizado”.
O Iphan traz o diferencial dessa preservação a partir do seu corpo técnico, conforme Geovana. “A Secult e a Secultfor (secretarias da Cultura do Ceará e de Fortaleza, respectivamente), também têm o papel de proteger o patrimônio. Mas não têm corpo suficiente”, ponderou.
O secretário da Cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, disse que os primeiros seis meses de sua gestão serão dedicados à elaboração de edital para ocupação cultural de praças e espaços públicos. Com destaque para o Centro. “A ciclofaixa de lazer passa por pontos históricos do bairro. A gente precisa ter referências nesses locais, gente falando sobre a história, apresentações culturais. A melhor forma de qualificar é ocupando”, destacou.
Qualificação que tem sido pleiteada há anos pelo projeto Viva o Centro (que promove passeios ciclísticos no bairro), idealizado pelo guia e professor Paulo Probo. “As pessoas hoje estão querendo redescobrir a Cidade, estar nos espaços, passar informações pros filho. Nos passeios é isso que eu vejo, pessoas encantadas pelo que estão vendo”.
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