Aedes aegypti 15/02/2016

Lixo acumulado e terrenos representam risco de proliferação do Aedes

O POVO constatou acúmulo de entulho, móveis velhos e materiais com potencial para gerar criatórios do mosquito
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Adriano Queiroz adriano.queiroz@opovo.com.br
FOTOS EVILÁZIO BEZERRA
Lixo na rua Gustavo Sampaio contribui para proliferação de focos do mosquito

A mobilização de 220 mil militares e 300 mil agentes de saúde contra o Aedes aegypti em todo o País é uma das maiores ações já vistas no Brasil contra um problema de saúde pública. A campanha, desencadeada desde sábado, busca apoio da população no combate ao mosquito transmissor de dengue, chikungunya e zika, que, por sua vez, tem relação com a proliferação de microcefalia. Isso faz crescer a preocupação com terrenos baldios, potenciais focos de preocupação para quem mora nas proximidades. Em Fortaleza, há 25 mil imóveis do tipo.

 

“Especialmente, os terrenos abertos que não estejam murados e aqueles em que for observada a presença de pneus, que são uma grande ameaça”, explica Nélio Morais, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria da Saúde da Capital.


A partir de denúncias de leitores, O POVO visitou terrenos em três diferentes pontos da Capital e constatou acúmulo de entulho, restos de poda, entre outros tipos de lixo. Localizado no Parque Araxá, em um terreno com saídas para a rua Gustavo Sampaio e a avenida Bezerra de Menezes, estão amontoados diversos tipos de lixo, incluindo materiais que podem acumular água, como garrafas e potes. Há também banheiro abandonado. A propriedade fica ao lado de um parque infantil e já serviu de estacionamento. “É preocupante. A gente vê muito mosquito por aqui”, disse o monitor de entretenimento Márcio Barbosa, 22.


O confeiteiro Francisco Feitosa, 68, mudou-se de Barueri (SP) para Fortaleza há menos de um mês e alugou uma casa que também fica ao lado daquele terreno. “Isso aí (propriedade) tem muita coisa que junta água e é um foco para criatório de mosquitos da dengue e até escorpiões, que se escondem nos entulhos”, relata.


A professora aposentada Jucilene Sales, 67, cita que a família já denunciou o caso à Secretaria Executiva Regional I (SER I) há cerca de um ano, mas nada foi feito. “O meu pai tem 94 anos e dorme no primeiro quarto da casa, então nós nos preocupamos porque quando os mosquitos entram, ele é um dos primeiros alvos. A minha irmã já teve dengue três vezes. Eu também já tive”.

 

Estação abandonada

No bairro vizinho, o Farias Brito (também chamado Otávio Bonfim), entulho e outros tipos de lixo se acumulam na área que abrigava a estação ferroviária, na rua José Jatahy. O POVO flagrou catador de lixo jogando restos de poda a poucos metros de onde um caminhão a serviço da Prefeitura recolhia parte do material que se amontoava no terreno.

 

De acordo com nota da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), além da coleta de lixo domiciliar, “a Prefeitura de Fortaleza também recolhe diariamente os resíduos depositados neste local. A orientação é que a população realize o descarte do lixo domiciliar apenas nos dias e horários definidos para não deixar o local sujo”.


A secretaria afirma ainda que “a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) também tem atuado na fiscalização de grandes geradores de resíduos sólidos, de acordo com a Lei nº 10.340/15. São aplicadas multas aos estabelecimentos que não fazem o seu correto acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta, tratamento e destinação do lixo”. Nas imediações do Farias Brito, entre 41 estabelecimentos considerados grandes geradores de lixo, 28 foram autuados por práticas irregulares, segundo a pasta.

 

Saiba como denunciar


Para denunciar o descarte irregular de lixo em locais inapropriados:

 

Aplicativo

A Prefeitura de Fortaleza disponibiliza o número 156 e o aplicativo Central 156, disponível para Android e iOS. O download pode ser feito no site do Fiscal Cidadão www.fortaleza.ce.gov.br/156

 

Terrenos privados

Em caso de terrenos privados é preciso denunciar à Regional do seu bairro:


SER I (85 3433 6812)

SER II (85 3441 4802)

SER III (85 3433 2519)

SER IV (85 3433 2862)

SER V (85 3232 4366)

SER VI (85 3488 3126)

 

Perigo

Materiais que mais concentram focos do mosquito Aedes aegypti
Depósitos no nível do solo (de tanques a pequenos potes): 49,6%

Vasos com plantas, pratos, bebedouros: 29,76%

Depósitos fixos (tanques em obras etc): 13,4%

Lixo: 4,83%

Caixas d’água: 2,14%

Folhas, árvores ocas etc: 0,27%

 

FONTES: SCSP/SMS

 

espaço do leitor
carlos 16/02/2016 09:54
na cidade dos funcionários muitos retardados mentais jogam lixo na rua, por que a prefeitura não coloca containers igual aos que tem em porto alegre para que estes retardados não joguem mais lixo nas ruas???
alana moura 15/02/2016 08:54
Faz uma semana que tento contato com a regional VI, para fazer uma denuncia referente a uma casa abandonada no são cristovão rua 107 casa 206 e não obtenho sucesso, está dificil pois em quanto eu me preocupo com o mosquito os outros não e a prefeitura, devia multar os dono de terreno e casa abandonado onde proliferando ratos, baratas mosquito e outros. Por gentileza para onde eu ligo.
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