A mobilização de 220 mil militares e 300 mil agentes de saúde contra o Aedes aegypti em todo o País é uma das maiores ações já vistas no Brasil contra um problema de saúde pública. A campanha, desencadeada desde sábado, busca apoio da população no combate ao mosquito transmissor de dengue, chikungunya e zika, que, por sua vez, tem relação com a proliferação de microcefalia. Isso faz crescer a preocupação com terrenos baldios, potenciais focos de preocupação para quem mora nas proximidades. Em Fortaleza, há 25 mil imóveis do tipo.
“Especialmente, os terrenos abertos que não estejam murados e aqueles em que for observada a presença de pneus, que são uma grande ameaça”, explica Nélio Morais, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria da Saúde da Capital.
A partir de denúncias de leitores, O POVO visitou terrenos em três diferentes pontos da Capital e constatou acúmulo de entulho, restos de poda, entre outros tipos de lixo. Localizado no Parque Araxá, em um terreno com saídas para a rua Gustavo Sampaio e a avenida Bezerra de Menezes, estão amontoados diversos tipos de lixo, incluindo materiais que podem acumular água, como garrafas e potes. Há também banheiro abandonado. A propriedade fica ao lado de um parque infantil e já serviu de estacionamento. “É preocupante. A gente vê muito mosquito por aqui”, disse o monitor de entretenimento Márcio Barbosa, 22.
O confeiteiro Francisco Feitosa, 68, mudou-se de Barueri (SP) para Fortaleza há menos de um mês e alugou uma casa que também fica ao lado daquele terreno. “Isso aí (propriedade) tem muita coisa que junta água e é um foco para criatório de mosquitos da dengue e até escorpiões, que se escondem nos entulhos”, relata.
A professora aposentada Jucilene Sales, 67, cita que a família já denunciou o caso à Secretaria Executiva Regional I (SER I) há cerca de um ano, mas nada foi feito. “O meu pai tem 94 anos e dorme no primeiro quarto da casa, então nós nos preocupamos porque quando os mosquitos entram, ele é um dos primeiros alvos. A minha irmã já teve dengue três vezes. Eu também já tive”.
Estação abandonada
No bairro vizinho, o Farias Brito (também chamado Otávio Bonfim), entulho e outros tipos de lixo se acumulam na área que abrigava a estação ferroviária, na rua José Jatahy. O POVO flagrou catador de lixo jogando restos de poda a poucos metros de onde um caminhão a serviço da Prefeitura recolhia parte do material que se amontoava no terreno.
De acordo com nota da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), além da coleta de lixo domiciliar, “a Prefeitura de Fortaleza também recolhe diariamente os resíduos depositados neste local. A orientação é que a população realize o descarte do lixo domiciliar apenas nos dias e horários definidos para não deixar o local sujo”.
A secretaria afirma ainda que “a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) também tem atuado na fiscalização de grandes geradores de resíduos sólidos, de acordo com a Lei nº 10.340/15. São aplicadas multas aos estabelecimentos que não fazem o seu correto acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta, tratamento e destinação do lixo”. Nas imediações do Farias Brito, entre 41 estabelecimentos considerados grandes geradores de lixo, 28 foram autuados por práticas irregulares, segundo a pasta.
Saiba como denunciar
Para denunciar o descarte irregular de lixo em locais inapropriados:
Aplicativo
A Prefeitura de Fortaleza disponibiliza o número 156 e o aplicativo Central 156, disponível para Android e iOS. O download pode ser feito no site do Fiscal Cidadão www.fortaleza.ce.gov.br/156Terrenos privados
Em caso de terrenos privados é preciso denunciar à Regional do seu bairro:
SER I (85 3433 6812)
SER II (85 3441 4802)SER III (85 3433 2519)
SER IV (85 3433 2862)SER V (85 3232 4366)
SER VI (85 3488 3126)
Perigo
Materiais que mais concentram focos do mosquito Aedes aegypti
Depósitos no nível do solo (de tanques a pequenos potes): 49,6%
Vasos com plantas, pratos, bebedouros: 29,76%
Depósitos fixos (tanques em obras etc): 13,4%
Lixo: 4,83%Caixas d’água: 2,14%
Folhas, árvores ocas etc: 0,27%FONTES: SCSP/SMS
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
Jornal de Hoje | Página Cotidiano