Violência 31/05/2014

Jovem é linchado após roubar celular no Vila Velha

Vítima morreu após ser agredida a pauladas e pedradas. Para especialistas, a intolerância, o aumento da criminalidade e o descrédito no Estado contribuem para atitudes extremas da população
notícia 4 comentários
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Lusiana Freire lusiana@opovo.com.br
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Viviane Sobral vivianesobral@opovo.com.br

 

Um jovem foi vítima de linchamento no bairro Vila Velha, na tarde de ontem. Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o jovem teria tentado roubar um celular e foi agredido por moradores.


Segundo informações do tenente-coronel Francisco Souto, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de Fortaleza, o rapaz não foi identificado. “Ele assaltou e a população se revoltou”, diz o militar. O jovem foi agredido com várias pedradas e pauladas e morreu no local, na esquina das ruas Artur Borges, com Mozart Lucena.


Quando policiais militares chegaram ao local, já encontraram o jovem morto. Até a noite de ontem, nenhum suspeito de ter participado da ação havia sido identificado. “Esse tipo de crime é difícil investigar, porque é muita gente (que participa). Os linchadores eventuais aparecem de todo canto”, comenta o tenente-coronel.


Casos de linchamento

Em Fortaleza, foram pelo menos cinco casos em 2014 de linchamentos e espancamentos, conforme levantamento no banco de dados do O POVO. Ao longo do ano passado, foram pelo menos 16 casos em todo o Ceará.

 

O POVO questionou a especialistas: por que chegamos a este ponto? A intolerância, o aumento da criminalidade e o descrédito no Estado são respostas que se repetem. “Antes, ocorria linchamento quando tinha estupro ou assassinato, principalmente crimes envolvendo crianças”, cita o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira. “Hoje você tem um leque mais amplo das práticas. E isso se amplia na medida que a intolerância fica mais presente”.


O sociólogo afirma que ainda há uma forte desconfiança nos órgãos de segurança e no poder judicial, pela impunidade. “A gente está criando barreiras sociais muito fortes. E o linchamento é consequência disso. O outro passa a ser seu inimigo. As pessoas não confiam mais em ninguém, têm medo do outro”.


O psicanalista e professor de Pós-graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Leonardo Danziato, reforça: “a barbárie, esse ataque de um homem a outro homem, nunca vai deixar de existir, mas é normativizada. Há hoje um fracasso de valores no Brasil pelo descrédito no Estado. Isso se precipita na tentativa de ‘justiça por conta própria’”.

 

5 casos de linchamento e espancamento na Capital em 2014

 

16 ocorrências foram registradas no ano passado

 

espaço do leitor
rc 01/06/2014 00:12
o cara é assaltante e depois é chamado de vítima? ahuaheuehue só mesmo jornalista esquerdista mesmo pra jogar essa lógica pra cima do povo aheuhaeuaeh
reno 31/05/2014 18:27
pela lógica do cidadão de bem, pena de morte pra criminosos, então, por essa incrível lógica, todo mundo que linchou tem que morrer, e, se for por linchamento, tem que matar os linchadores dos linchadores, ad infinitum. pensamento incrível. quem tá de sapato não sobra.
Tiburcio Felestrino 31/05/2014 17:29
No dia em que um filho seu for morto a pauladas por ter sido confundido com uma bandido, VOCÊ MUDARÁ DE ideia!
João Aragão 31/05/2014 11:17
Estou muito preocupado com bandidos sendo linchados, vou até chorar.
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