A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte confirmou, no final da tarde de ontem, 15, que 26 presos foram mortos na rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, nos arredores de Natal. Alguns cadáveres foram encontrados dentro de uma fossa em frente ao Pavilhão 4 de Alcaçuz, onde a maioria dos apenados foi morta. Nele, cerca de 200 homens circulavam soltos, pois as celas estão destruídas desde março de 2015.
A remoção dos corpos para o Instituto Técnico de Perícia (Itep-RN) começou a ser feita em caminhonetes abertas. Os corpos foram acomodados em sacos mortuários e passaram a noite numa carreta frigorífica que esteve estacionada ao lado da sede do Instituto, mas por motivos de segurança seguiu para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, na zona leste da capital potiguar, onde permaneceria até a manhã desta segunda-feira, para início do procedimento de identificação dos mortos no Itep.
A estimativa é de que as identificações ocorram a partir de hoje, quando os familiares apresentarão documentos e fotografias dos presos assassinados. A maioria dos mortos foi decapitada e há muitos esquartejados.
O número de vítimas fatais, porém, pode ser maior. A listagem nominal das vítimas ainda não foi divulgada. Grande parte dos mortos foi identificada pelos apelidos, a partir da ajuda de outros colegas de cela sobreviventes ao ataque da facção rival.
Entidades ligadas à Defesa dos Direitos Humanos buscam obter mais detalhes quanto ao número de mortos, pois os familiares dos detentos acusam o governo do Estado de omitir informações.
A rebelião começou na tarde de sábado, antes das 17 horas, quando os presos de um dos pavilhões invadiram a ala onde ficam os membros de um grupo criminoso rival.
A penitenciária de Alcaçuz fica a cerca de 25 quilômetros de Natal em uma área rodeada de dunas. Segundo dados da Secretaria estadual de Justiça, o centro tem capacidade para 620 presos, mas abriga 1.083. (Agência Estado)
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