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A empresa Ser Glass, que faz blindagem de automóveis em São Paulo, é investigada pelo Ministério Público Federal, sobre a fraude na autorização para vendas de vidros blindados que não protegeriam os clientes, sendo suscetíveis a perfurações por armas de fogo. Em fevereiro passado, O POVO já havia adiantado a investigação da empresa e as denúncias de que os produtos não cumpriam os padrões exigidos.
Além das denúncias sobre a qualidade do vidro, a nova fase da investigação identificou oficiais do exército que teriam recebido propina para autorizar a Ser Glass a vender vidros blindados fraudados. A informação foi divulgada por reportagem do Fantástico, na TV Globo.
Em outubro de 2014, O POVO, noticiou com exclusividade as investigações da Procuradoria Militar sobre autorizações dadas pelo exército para comercialização, uso de armamento e fraude na concessão de autorizações de produtos utilizados na blindagem. (Leia matéria completa)
Em 20 de fevereiro deste ano, O POVO, atualizou a cobertura do fato, quando divulgou uma empresa investigada na operação. A denúncia tinha sido feita pelo advogado, Rubens Decoussau Tilkian. “Soube da existência de um inquérito civil no MPF de São Paulo (sede da empresa). Com base nas informações, descobri que a Ser Glass estava suspensa da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem)”, disse Rubens, na ocasião.
O advogado descobriu que os componentes utilizados nos vidros comercializados pela TecPro, em parceria com a Ser Glass, estavam em desacordo com o Relatório Técnico Experimental (ReTEx) do Exército. No início do ano a comercialização havia sido suspensa pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, do Ministério da Defesa.
E se o veículo não for blindado mesmo?Preços variam de acordo com o nível e materialInvestigação: Liberações suspeitas no ExércitoMilitares permanecem na função
As investigações apontam que a Ser Glass pagava propina a militares para que vidros fora dos padrões de qualidade fossem comercializados como regulares. Índicios apontam que 12 militares do Exército, inclusive três coronéis, estariam envolvidos no esquema. A Procuradoria de Justiça Militar abriu um inquérito para investigar a prática.
A SER Glass está no mercado há seis anos. Em 2009, foi reprovada em dois testes do Exército. Os tiros de calibre .44 perfuraram o vidro nível 3A que a empresa queria vender.
As primeiras denúncias contra a SER Glass surgiram em 2012. Nesse mesmo ano, a empresa tentou conseguir uma nova autorização, já que o Ministério Público já tinha indícios de fraude na antiga.
Dicas para o consumidor
- Checar se a empresa possui o Certificado de Registro (CR) expedido pelo Exército Brasileiro. A prática coibe as empresas irregulares
- As empresas possuem os registros de ReTEX (Relatório Técnico Experimental), que mostram se o material foi aprovado ou não pelo Exército. Solicite-o.
- Notas fiscais devem conter os itens que passaram pela blindagem, mostrando as especificações de cada um.
- Ao entregar o veículo blindado ao cliente, a empresa blindadora é obrigada a entregar um termo de responsabilidade.
- No documento devem constar os materiais empregados no processo, o nível de resistência balístico contratado.
Saiba mais
Pessoa física
O consumidor que quiser blindar seu automóvel deve apresentar RG, CPF, comprovante de residência, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), Certidões Negativas Criminais da Justiça Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos e Atestado de Antecedentes Criminais, emitido pela Polícia Civil.
Pessoa jurídica
Necessária apresentação do CNPJ e a Certidão de Antecedentes Criminais Certidão de Antecedentes dos distribuidores da Justiça Federal, Estadual e Militar de cada um dos sócios administradores ou gerentes, das comarcas onde tenham sido domiciliados nos últimos cinco anos. Fica dispensada a entrega de documentos quando os proprietários dos veículos a serem blindados forem pessoas físicas ou jurídicas já registradas no Exército.
Registro
Realizado o procedimento pela Região Militar, a blindadora deve informar ao Detran estadual. O veículo só poderá ser retirado da empresa após registro no órgão de trânsito.
Redação O POVO Online
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