04 de outubro de 2018 03/10/2018 - 18h23

Nos últimos cinco anos, o câncer de mama provocou quase 3.000 mortes no Ceará

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Acervo O Povo


O Ceará deve encerrar o ano de 2018 com 2.200 novos casos de câncer de mama, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O número representa uma taxa de 47,52 pessoas acometidas pela doença para cada grupo de 100 mil. Apesar dos avanços nas pesquisas científicas e da ampliação no número de locais de consulta, o câncer de mama continua tendo um diagnóstico tardio na maioria dos casos.

Em todo o Brasil durante este ano, 59.700 mulheres devem ser diagnosticadas com a doença. Considerando os dez tipos de câncer com maior incidência histórica no País entre as mulheres, as lesões na mama atingem 29,5% dos registrados.

No ano passado, foram 650 mortes em decorrência da doença no Ceará. A margem vem se repetindo nos últimos cinco anos, 2013 (531 mortes), 2014 (536 mortes), 2015 (638 mortes), 2016 (636 mortes). São 2.991 óbitos em decorrência do câncer de mama, nos últimos cinco anos, segundo os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

O médico Francisco Pimentel, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Ceará, afirma que  três fatores contribuem para a alta taxa de mortalidade em decorrência do câncer de mama. “A pouca cobertura mamográfica, a demora no início do tratamento e a dificuldade na reconstrução da mama, em casos que é necessário fazer a mastectomia, são fatores que dificultam o tratamento e a cura do câncer. Existem leis que garantem a todo esse processo, porém temos que colocá-las em prática, coisa que não acontece hoje no Brasil”, diz.

Medidas simples de prevenção, com a adoção de alimentação saudável, prática de atividades físicas e realização de exames preventivos, podem ajudar a reverter o triste cenário do câncer de mama no País. “Recomendamos que toda mulher a partir dos 40 anos realize a mamografia anualmente. Esse é o exame mais eficiente para identificar microcalcificações que podem representar o sinal mais precoce de malignidade ou nódulos menores que um centímetro, que não é possível palpar clinicamente. É também a melhor forma de diagnóstico precoce, já que aumentam as chances de cura em até 95% dos casos”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - SBM, Antônio Frasson.

Na tentativa de alertar o público feminino para a importância da realização periódica de exames e da necessidade de hábitos saudáveis na vida, existe a campanha “Outubro Rosa”, que mobiliza múltiplas instituições ao redor do mundo em eventos e ações de conscientização.  Ao longo deste mês, traremos uma série de matérias que irá abordar as causas, tratamento e cura do câncer de mama.

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