20 de fevereiro de 2018 20/02/2018 - 08h00

Doutor Sócrates, o jogador que levou a política para dentro de campo

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Gabriel Serpa gabrielserpa@opovo.com.br
Acervo O Povo
Matéria publicada em 6 de dezembro de 2011

O ídolo corinthiano do calcanhar inconfundível nascia há 64 anos. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou simplesmente Dr. Sócrates foi uma das personalidades mais marcantes da história do futebol brasileiro.
 
Nascido em Belém do Pará no ano de 1954, mudou-se bem cedo para a cidade de Ribeirão Preto, São Paulo onde iniciou sua carreira como médico e também futebolista. Aos 17 anos Magrão, como era conhecido, ingressou no curso de medicina na Universidade de São Paulo (USP) enquanto integrava o elenco do Botafogo-SP. 
 
Muito jovem já mostrava um talento fora do comum. Mesmo quase não treinando, por causa dos estudos, Sócrates fazia a diferença em campo e se tornou o principal jogador da história botafoguense, chegando a levar o clube do interior paulista ao título da Taça Cidade de São Paulo (na época equivalente ao primeiro turno do campeonato paulista). Em 1978 o meio-campista transferiu-se para o Corinthians, onde ficou conhecido pelo futebol elegante e forte posicionamento político.
 
Bicampeão paulista com o timão na década de 80, Sócrates atuou pela seleção brasileira em duas Copas do Mundo (1982 e 1986). Nessa época o médico liderou a chamada democracia corinthiana. Um movimento que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube, dentre os principais benefícios conquistados, destacam-se o fim da concentração obrigatória, horário de treino e até mesmo participação na escolha do presidente, tudo era feito de forma democrática e igualitária. 
 
Os desafios de Sócrates e seus ideais políticos se tornaram ainda mais importante pelo período em que o Brasil se encontrava na década de 70. Com a ditadura militar a luta por participação na administração do Corinthians se entrelaçava aos gritos e pedidos por eleições diretas por todo País. O jogador decidiu aceitar o convite para jogar na Fiorentina da Itália após os movimentos “Diretas Já” não surtirem efeito. Magrão chegou a declarar que ficaria no Brasil caso a população tivesse o direito de escolha política.  
 
Ficando aquém do esperado na Itália, o meio-campo voltou ao Brasil onde atuou pelo Flamengo e Santos. No ano de 1989 decidiu pendurar as chuteiras.
 
Magrão morreu em decorrência de uma infecção generalizada no dia 4 de dezembro de 2011, curiosamente no mesmo dia em que o Corinthians conquistou o pentacampeonato brasileiro de futebol. 
 
Com 297 jogos e 172 gols marcados pelo timão, o doutor Sócrates sempre será lembrado pelo seu calcanhar inconfundível e sua luta pela democracia, uma batalha que ultrapassou as quatro linhas e fez o torcedor pensar além de uma partida de futebol. 
 
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