O POVO PEOPLE LUXO 23/05/2017 - 14h55

"Viaje" nos 100 anos da moda de Cristóbal Balenciaga

Considerado o grande arquiteto da moda, Cristóbal Balenciaga construiu novas formas para o corpo feminino e marcou a história
notícia 0 comentários
DictSql({'grupo': 'Especial para O POVO', 'id_autor': 19099, 'email': 'gabrielacustodio@opovo.com.br', 'nome': 'Gabriela Cust\xf3dio'})
Gabriela Custódio gabrielacustodio@opovo.com.br
Ilustrações: Carlos Weiber

Admirado por personalidades como Christian Dior, Hubert de Givenchy e Coco Chanel, Cristóbal Balenciaga foi um dos maiores nomes da história da moda. Balenciaga criou novas silhuetas e construiu peças consideradas obras de arte, com técnica precisa e perfeccionista. Este ano, a marca completa 100 anos. O estilista abriu sua primeira loja, em San Sebastián, na Espanha, em 1917. Há exatos 80 anos, após mudar-se para a França devido à Guerra Civil Espanhola, teve início a Maison Balenciaga, no número 10 da avenida George V, em Paris. Para celebrar as datas, o Victoria & Albert Museum, de Londres, recebe exposição sobre a trajetória do estilista.

Ora marcando bem as curvas do corpo, ora criando formas e volumes que desconstroem a silhueta feminina, os vestidos de Balenciaga refletem o domínio que o costureiro espanhol tinha da alfaiataria. Diferentemente de outros criadores, além de conceber e desenhar os modelos, Cristóbal cortava os tecidos, fazia as provas das peças e costurava as criações. Conta-se, inclusive, que Coco Chanel afirmou, certa vez, que “só Balenciaga é um verdadeiro costureiro.”

A experiência com técnicas da alfaiataria permitiu o desenvolvimento de modelagens complexas que resultam em criações “aparentemente” simples, “comparável apenas aos japoneses dos anos 1980”, segundo Syomara Duarte, professora do curso Design-Moda da Universidade Federal do Ceará (UFC). “[Atualmente] poucos são os criadores que se dedicam a tal união [entre simplicidade e complexidade], até pela exigência tão premente da moda em relação ao tempo de criação e o momento de colocar essa criação à venda”, afirma.


Esculturas para o corpo
A década de 1950 ficou marcada na moda como a era do New Look, eternizado por Christian Dior e com traços presentes em algumas peças de Balenciaga. Os ombros levemente caídos, a cintura super marcada e o grande volume das saias formam a silhueta que rompeu com o militarismo da década anterior, influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Apesar de inserir traços do New Look em peças como o “EveningDress”, de 1954, Balenciaga seguiu outro caminho ao criar a silhueta “barril”, no modelo Barrel Suit, de 1947, por exemplo.

Foi com cortes perfeitos – em tecidos ora estruturados, ora fluidos – que o costureiro criou novas silhuetas para a mulher. Além do “barrel suit”, também marcaram época criações com o volume das saias e vestidos em modelagem balonê e a leveza do vestido baby doll, por exemplo. “Em minha opinião, uma das memoráveis criações de Balenciaga é o vestido de noiva que se assemelha a um antigo chapéu de freira, com linhas simplificadas e cauda alongada”, acrescenta a professora.

A era pós-Cristóbal
Com o declínio da luxuosa alta-costura e a ascensão do prêt-à-porter (ou ready-to-wear) – sistema de moda com produção em maior escala e preços relativamente mais acessíveis – a partir da década de 1960, Balenciaga resolveu aposentar-se em 1968 – e faleceu quatro anos depois. Após a decisão, a marca permaneceu ativa apenas no mercado japonês. Em 1987, entretanto, o estilista Michel Goma assumiu a direção criativa e lançou a linha seguindo o novo sistema de produção.

Porém, foi apenas com a entrada do francês Nicolas Ghesquière, em 1997, que a maison retomou o fôlego. Ao longo de 15 anos, Ghesquière trabalhou para modernizar a grife e conduzi-la novamente ao prestígio no mercado de luxo. Atualmente, o designer georgiano DemnaGvasalia está à frente da direção criativa, estreandona marca com a coleção Inverno 2016 – na qual ele buscou formas de trazer o estilo de Cristóbal para a mulher moderna.

Segundo Syomara, o desafio das grandes empresas da moda, com a troca de nomes no cargo de direção criativa, é conciliar o legado do fundador em tempos de uma moda “uniformizada - em tendências - e amplificada - em alcance e quantidade das tendências.” No caso da Balenciaga, ela percebe essa busca pelo estilo original, principalmente nos últimos dois anos. “Saudosismo ou autenticidade? Talvez somente o tempo e a tessitura da moda possam responder a tal questionamento”, reflete.

Origens da maison
Cristóbal Balenciaga nasceu em 1895, em Getaria, na Espanha. Filho de pescador e costureira, ele experimentou criar o primeiro vestido aos 12 anos. A peça foi feita para a marquesa de Casa Torrès, que se tornou grande incentivadora do estilista. A data de inauguração da marca é incerta, mas, segundo o Museu Cristóbal Balenciaga, foi em 1917, com cerca de 22 anos, que o estilista abriu a primeira loja em San Sebastián - cidade próxima a Getaria - e, em seguida, em Madri e Barcelona. Com a Guerra Civil Espanhola, mudou-se para a França e abriu a atual sede da maison em Paris.

espaço do leitor
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro a comentar esta notícia.
0
Comentários
500
As informações são de responsabilidade do autor:

Vídeos

Especialista dá dicas sobre saúde masculina play

Especialista dá dicas sobre saúde masculina

anterior

próxima

Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje

Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object

ACOMPANHE O POVO NAS REDES SOCIAIS

Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo

Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>