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Amantes de esqui, Thais Pearce e Timothy Malon casaram-se em Vermont, local tradicional na prática do esporte

Se o casamento é, muitas vezes, a realização de um sonho, por que não arrumar as malas e unir esse evento a uma viagem internacional inesquecível? Das praias do Caribe às paisagens europeias, entre tantos outros destinos possíveis, o cenário pode ser o que mais combinar com o casal. O que vale é fugir da rotina e reunir os convidados para celebrar a união em um evento que proporciona dias de atividades e momentos de interação entre si e com os noivos.

"[No destination wedding], os noivos interagem mais com os convidados, pois geralmente a viagem dura cerca de cinco dias", explica o especialista em casamentos Lucas Brasil. A procura por esse tipo de cerimônia, de acordo com ele, tem crescido nos últimos anos. Em alguns casos, isso acontece pela possibilidade de, dependendo do estilo escolhido, o custo do evento ser mais acessível.

"A partir de R$ 50 mil, é possível fazer uma festa legal à beira-mar, no Caribe, para 50 pessoas. É uma festa mais simples, mas com o visual incrível, hotel all inclusive, bebida importada e boa comida", exemplifica. Brasil, Itália, França e Portugal também são países bem procurados para esses casamentos mais intimistas.

Segundo Rose Rangel, especialista em viagens da Casablanca Turismo, esse tipo de casamento também é uma oportunidade para que os convidados prolonguem a viagem. "Tivemos convidados que foram a um destination wedding em Sintra (Portugal) e, de lá, foram fazer sua própria renovação de bodas na Grécia", conta. Nesse tipo de cerimônia, segundo Brasil, o casal deve ter alguns cuidados, como pesquisar sobre o destino e o hotel escolhidos e atentar para que estejam financeiramente de acordo com os convidados. Ele acrescenta que o casal precisará adequar o seu estilo de casamento ao do local. Em alguns lugares, por exemplo, os tradicionais bem-casados e docinhos presentes nos casamentos brasileiros podem não estar disponíveis.

Outro detalhe a ser considerado é o tempo de preparação dos convidados. "Tem-se que respeitar o tempo e o planejamento deles", afirma Rose. De acordo com ela, um ano de antecedência é o ideal para iniciar a divulgação de informações sobre o evento, como cidade, clima, melhor itinerário e opções de hospedagem.

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Andressa conta que acabou optando por um DJ ao invés de uma banda e que o resultado foi uma surpresa agradável

Experiência portuguesa

Com data, vestido, buffet e banda já escolhidos para um casamento em Fortaleza, a dentista Andressa Vasconcelos Demétrio, 25, e o empresário Elson Demétrio, 31, mudaram de ideia: trocaram uma festa noturna na capital cearense por uma cerimônia à tarde em Sintra, uma vila portuguesa localizada no distrito de Lisboa. "Foi meio que do nada. Na segunda-feira, comecei a mandar e-mails e na sexta-feira já tinha pago a entrada. [...] Alterei o vestido, consegui converter o que eu tinha pago aqui no Brasil, não tive estresse com nenhum fornecedor", lembra Andressa.

A ideia foi realizar uma festa menor, com pessoas mais próximas ao casal. Ao todo, foram 80 convidados, entre familiares e amigos. Ao decidir qual seria o novo destino, o conforto dos convidados foi importante para a noiva. "Escolhi Portugal por conta de parte da minha família. Alguns não têm tantas condições e alguns são mais idosos. Então, o tempo de voo tinha que ser considerado, além da língua."

Buscando local com boa gastronomia e estrutura adequada a seu gosto, Andressa encontrou um antigo mosteiro onde hoje funciona o Penha Longa Resort. "Queria uma coisa rústica, aquela coisa de realeza, que eu acho legal e hoje em dia é difícil de encontrar. O salão em que aconteceu o jantar foi a Sala dos Arcos. Ele é todo de pedras, mas, ao mesmo tempo, o serviço era muito requintado." Próximo a Lisboa, o resort permitia também comodidade aos convidados, que poderiam ficar hospedados em Sintra, na capital portuguesa ou na vila de Cascais.

A preparação para o casamento, realizado em setembro de 2017, começou em novembro do ano anterior. Contando com suporte de uma wedding planner portuguesa, a então noiva foi duas vezes a Portugal, com sua mãe, durante a organização, e fez degustação, prova de vinhos, conferiu a decoração e decidiu a programação dos passeios que fariam com os convidados a Lisboa e Fátima.

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O casamento, que seguiu os costumes locais, teve as amigas de Thaís como madrinhas e os amigos de Tim como padrinhos

De acordo com os costumes norte-americanos

Uma história que começou há cerca de 45 anos, quando a arquiteta e urbanista e designer de interiores Thaís Pearce, 27, e o diretor financeiro norte-americano Timothy Malon, 28, sequer haviam nascido. Foi naquela época que Paul Malon, pai de Tim, veio a Fortaleza fazer um intercâmbio de um ano. Durante o tempo que ficou no País, Paul morou na casa da família de Flávio Gomes, pai de Thaís. Assim, os dois viraram amigos.

Em 2014, pai e filho retornaram ao Brasil para acompanhar os jogos da Copa do Mundo e um dos destinos foi a capital cearense, onde encontraram Flávio. Em um jantar das duas famílias, Thaís e Tim conheceram-se. "Jantamos, trocamos telefone. Na mesa, falei sobre o meu interesse de aprender inglês, de morar fora durante um tempo. Então, o pai dele ofereceu para eu vir para os Estados Unidos. Dois meses depois da Copa, comprei minhas passagens e vim estudar inglês", conta por WhatsApp Thais, que hoje mora em Nova York.

Durante a temporada, os jovens aproximaram-se e o namoro teve início. Ao fim do curso de inglês, Thaís retornou ao Brasil e logo recebeu uma visita de Tim que resultou em um pedido de noivado durante uma viagem do casal.

O local escolhido para celebrar a união, que aconteceu em 20 de janeiro de 2017, foi Vermont, nos Estados Unidos, com a cerimônia realizada na igreja de Saint Bridget e a recepção no Killington Ski Resort. "O tataravô de Tim ajudou a construir a igreja onde nos casamos. Teve um significado muito grande ter casado lá. Além disso, esqui é nosso esporte favorito. Casar no inverno foi uma decisão maravilhosa", explica.

Amigos e familiares do casal viajaram do Brasil e de Nova York para participar do enlace em Vermont. "A coisa mais especial do nosso casamento, na semana antes e depois dele, foi poder ter meus pais, meus amigos e minhas madrinhas aqui comigo. Vieram todos do Brasil. Foi um sonho que virou realidade", relata.