Da parte dessa jovem, nenhuma ideia de sequer namorar alguém porque seus dias de adolescente dividiam-se entre os estudos no Colégio da Imaculada Conceição, as aulas de piano e declamação e as orientações dos pais religiosos educando os três filhos para uma vida serena, vivenciada em sua totalidade por toda a família e pela prática das orações e do amor a Deus e ao próximo.
Estamos diante de Mana Varela e Manoel Holanda, atualmente completando 53 anos de bem-casados na companhia de três filhos - Daniela, Cid e Alexandre – e de mais sete netos, um genro e duas noras.
O encontro reflete a luminosidade dos dias onde de um lado estão os belos jardins e outros espaços da residência construída nas dunas da Praia do Futuro e de outro, o grande palco da empresa Maraponga Mart Moda onde o casal, há 36 anos, montou a mais extensa passarela de moda e de bons negócios do Norte/Nordeste. Os dois estão no local todos os dias, provando que "casal que trabalha unido permanece unido", como diz Manoel.
Mas o que interessa é o casamento, a relação harmoniosa imitando o amanhecer, canto de paz dos pássaros e o azul do firmamento convidando ao mergulho no mar de uma felicidade perene. Mana e Manoel, quando narram a história de amor, tornam-se mais crianças que adultos tal a brincadeira das palavras narradas e os beijos naturais acompanhando recordações.
Como tudo começou
Manoel Holanda explica que tudo começou após uma ida ao Theatro José de Alencar, onde assistiria ao lado de Mana Holanda a A Valsa Proibida. "Soube que a menininha que eu apreciava da janela da minha casa humilde ia assistir à peça com os irmãos e a mãe. E fui. Sentei ao lado de Mana. No meio da peça, quando a emoção já dominava toda a plateia, escorreguei minha mão na mãozinha dela, tremendo que só vara verde. E ela sorrindo lindamente apertou, mas logo soltou. Foi dado o primeiro sinal."
Manoel Holanda conta que ficou pensando se permitiriam a aprovação de um grande amor "envolvendo uma menininha linda de 15 anos, de família abastada, com um rapaz de 23 anos, vindo do Interior e nascido em uma família pobre, lutando na Cidade Grande para vencer os primeiros e grandes obstáculos para sobreviver". O sim, entretanto, veio. Ele se encheu de coragem para dizer à dona Amair que estava apaixonado. Ela, surpresa, perguntou por quem. Manoel respondeu: "Pela sua Maninha". Ele, conta, recebeu o mais lindo sorriso de sua vida simbolizando total aprovação. "Então, notei e rezei para dali sair não um namoro, mas um casamento."
Mana explica que foi tudo muito rápido. "Eu no colégio e o Manoelzinho estudando e trabalhando. O namoro foi ajustado e ele mantinha a maior admiração pela minha mãe, às vezes, chamando-a de mãezinha. Esse ajuste dele com a minha família foi muito importante para que crescêssemos em harmonia." Os ajustes vieram alicerçados em uma relação sincera, alegre e de muito respeito e aceitação às diferenças do outro.
Outra manifestação de harmonia dos dois foi nas devoções. "Eu era devota de São Francisco de Canindé, pois tínhamos morado lá quando meu pai assumiu a coletoria da Receita Federal. Manoel era devoto de Nossa Senhora de Nazaré. Chegamos a um acordo para cultuar os dois santos e deles temos recebidos muitas graças."
Presentes
Entre os muitos presentes para Mana estão coleções de joias lindas escolhidas para as muitas ocasiões. Além de um automóvel Landau dourado, o mais apreciado na cidade nos anos 1960. Para Manoel, presenteado nas "datas de amor", além do retrato da sogra que ele ganhou no primeiro aniversário de casamento e, até hoje, leva na carteira, Mana completa sua coleção de relógios. Há, contudo, uma paixão dele maior por um Mont Blanc prata entregue em uma grande sacola pintada de beijos fixados por Mana quando ele fez 50 anos de idade.
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