REVISTA O POVO CARIRI 14/07/2016 - 19h37

"Padre" Bruno

Na Juazeiro do Padre Cícero, o menino, de apenas quatro anos, sente-se muito à vontade entre os santos e os rituais católicos. Conheça a história de Bruno Nauê Fernandes Neri, o colecionador de santos
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Gabriela Meneses gabrielameneses@opovo.com.br
Foto: Hélio Filho
Bruno Nauê Fernandes Neri

Ele escolheu os santos. Na idade em que as crianças costumam se apegar aos brinquedos, Bruno Nauê Fernandes Neri, de apenas quatro anos, se afeiçoou às imagens católicas. De Juazeiro do Norte, terra fundada pelo Padre Cícero, o menino herdou as tradições da família e as leva a sério. Atualmente, de acordo com a mãe, Thayla Fernandes, 21 anos, cerca de 23 santos, de diferentes tamanhos, fazem parte da coleção dele.

A paixão começou ainda bebê. Quando Bruno nem dava os primeiros passos, Thayla costumava levá-lo à casa do avô. Como em boa parte dos lares católicos juazeirenses, havia um altar com santos.  E o menino acostumou-se a olhar, aprender o nome dos santos e se sentir muito à vontade entre eles. Ao dar os primeiros passos, ele mesmo puxava a cadeira e se aproximava.  

“Ele já sabia o nome dos santos e começou pedir. Pedia, pedia. O primeiro que ele ganhou foi Jesus Misericordioso e Nossa Senhora Aparecida, que nós compramos para ele no Dia das Crianças, quando ele tinha dois anos”, relata a mãe, cheia de orgulho da devoção. Hoje, ele tem imagens variadas: Nossa Senhora do Carmo, Mãe Rainha, Pai Eterno, Jesus na Cruz, Frei Damião, São Jorge, São José, Padre Cícero, entre outras.

Na casa, as imagens já somam dois pequenos altares, que Bruno faz e desfaz durante todo o dia. Enquanto outras crianças brincam de casinha, ele tem a réplica de uma pequena igreja, feita de ferro, e presenteada pelo avô dele, pai de Thayla. Bruno adorna o espaço, como se estivesse montando sua própria congregação. Faz um pequeno altar para um, coloca os outros ao redor. Leva para próximo da cruz mais uma imagem. Laça outra no terço.

A mãe, que trabalha como operadora de caixa, conta que às sextas-feiras, quando tinha folga, costumava levá-lo para a Hora da Graça, na Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro Novo Juazeiro, onde a família mora. Ele gosta também de ir às missas que acontecem no estádio Mauro Sampaio, mais conhecido como Romeirão. “Se passar em frente a uma igreja com ele tem que parar e entrar para ele ver os santos”, conta, sorrindo.
Rotina

Os santos fazem parte do dia a dia de Bruno. Muitas peças a mãe já compra de borracha para evitar a quebra. “Algumas peças são de resina e gesso. Quando quebra, a gente já tem que andar com a cola perto”, explica. Ele também sempre quer dormir e acordar com um dos santos por perto. “Ele coloca o santo na cabeceira da cama todo dia. A primeira coisa que faz quando acorda é olhar se o santo ainda está lá”, pontua a mãe.

Na escola, a paixão de Bruno já foi inclusive motivo de observação por parte das professoras. “Fui assinar o boletim dele e a tia falou para que eu conversar com ele, porque ele só quer ficar na sala com um santo”, ri. E, quando chega em casa, a primeira atividade é tirar os santos do altar e arrumar do “jeito dele”. “Ele tem muitos brinquedos, mas ele não gosta muito. Se for brincar com alguma coisa, tem que ser relacionada ao santo. Se for brincar com carrinho, ele bota o santo em cima e faz uma procissão”, diz a mãe.

Foto: Hélio Filho
Bruno Nauê Fernandes Neri

Iluminado
Para Thayla, Bruno é diferente de outras crianças, não só pela devoção aos santos, mas a toda aproximação dele com o Sagrado. “As pessoas brincam dizendo que ele não é normal, que ele passa uma paz. E eu acho mesmo que ele é diferente das outras crianças.” Ela conta que ele mesmo, quando era mais novo, dizia que seria um padre. “A gente perguntava: ‘O que você quer ser quando crescer?’ E ele dizia: ‘Padre Bruno’. A gente dizia: ‘Benção, Padre Bruno’. E ele respondia: ‘Deus abençoe, minha filha’”, conta a mãe. 

Ao crescer mais, Bruno começou a dizer que não seria mais padre, mas um grande rezador. “Eu apoio o que ele escolher. Se ele for padre, se for grande rezador, eu apoio. Contanto que ele esteja dentro da igreja, próximo de Deus, para mim está bom.”

Sobre os santos
Para a Igreja Católica, a imagem de um santo tem um significado profundo. Quando se olha para ela, a imagem lembra que a pessoa, ali representada, é santa, viveu conforme a vontade de Deus. É um “modelo de vida” para todos.

Segundo a tradição católica, a imagem lembra que aquela pessoa está no céu, isto é, na comunhão plena com Deus. Ela goza da chamada “visão beatífica de Deus” e intercede por nós sem cessar, como diz uma das orações eucarísticas da Missa.
Fonte: Portal Canção Nova

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