O POVO


vereador de fortaleza

Advogado de A Onde É diz que houve "erro de interpretação" em prisão

26/09/2014 | 16:45

O advogado do vereador Antônio Farias de Souza, Leandro Vasquez, afirmou que houve um “erro de interpretação” na prisão do parlamentar. Antônio Farias, conhecido como A Onde É, foi preso em flagrante na tarde desta sexta-feira, 26, enquanto recebia o dinheiro do salário de um assessor.

Vasquez destacou que A Onde É “está chocado” com o que aconteceu e “achou que estava sendo assaltando” no momento da ação policial. Segundo o advogado, o assessor, chamado Juarez, e um amigo em comum com o vereador, chamado Pedro, estavam na agência, onde o assessor emprestaria dinheiro para o amigo retirar uma moto detida. A Onde É teria sido chamado por ambos e, quando chegou ao local, houve a abordagem policial.

Para Vasquez, a Polícia interpretou o fato como exigência do vereador de receber o dinheiro do funcionário. Ele insinuou ainda que a Polícia tem vigiado permanentemente o parlamentar. O advogado ressaltou que A Onde É “é um cidadão virtuoso, que nunca respondeu a processo judicial e tem uma história de trabalho e superação”.

Ele criticou ainda a ação do Ministério Público contra o vereador e disse que a investigação é “indevida”.

Investigação

De acordo com o promotor da Procuradoria de Crimes contra a Administração Pública (Procap), Luiz Alcântara, o vereador foi detido em ação conjunta do Ministério Público Estadual com a Polícia Civil.

Antônio Farias, que tentou se candidatar a deputado estadual, mas teve pedido indeferido, é investigado pela Procap por suposto desvio de Verba de Desempenho Parlamentar na Câmara Municipal. O parlamentar é acusado de repassar para assessores apenas parte de seus salários na Casa, guardando para si o valor restante.

Delegacia

A delegada Socorro Portela, do 2° Distrito Policial, no bairro Meireles, afirmou que A Onde É foi autuado pelo artigo 136 do Código Penal que prevê o crime de concussão, que acontece quando funcionário público exige para si ou para outrem vantagem indevida, direta ou indiretamente. O crime é punido com pena de reclusão de dois a oito anos e multa. Não cabe fiana.

Conforme a delegada, o vereador deve ser encaminhado para a Delegacia de Capturas, no Centro de Fortaleza, ainda nesta sexta-feira. Ela afirmou que não há foro privilegiado para o parlamentar.