O POVO


POR ATAQUES A CIRO

Após duas horas de críticas, Assembleia aprova nota de repúdio contra Capitão Wagner

11/06/2014 | 13:10

Após embate entre o vereador Capitão Wagner (PR) e o secretário Ciro Gomes (Saúde), a Assembleia Legislativa aprovou agora há pouco nota de repúdio contra o parlamentar. O assunto dominou debates do Legislativo nesta quarta-feira, 11: durante quase duas horas, diversos deputados subiram à tribuna para criticar o vereador, que acusou a Casa de ser “submissa” com relação ao Executivo.

“Acusar de submisso o poder Legislativo, quando não existe qualquer processo que envolva o Ciro e dependa desta Casa, acho que é muito grave. Talvez ele não compreenda a diferença entre Democracia e Ditadura”, disse Mauro Filho (Pros). Autor da proposta de nota de repúdio, Tin Gomes (PHS) criticou fala de Wagner e disse que é “submisso com orgulho” à atual gestão.

Opiniões semelhantes foram manifestadas por pelo menos outros dez deputados. Em sua fala, o líder do governo na Casa, Dr. Sarto (Pros), reforçou críticas feitas por Ciro, de que o vereador chefiaria milícia na Polícia. Já Fernando Hugo (SD) chegou ao ponto de classificar Wagner como “completamente esquizoide”. “Precisam exigir um teste de saúde mental deste sujeito”, disse.

A deputada Fernanda Pessoa, correligionária de Wagner no PR, se disse surpresa com a atenção que o assunto recebeu na Casa. “Estamos há um dia da Copa, com tanto problemas de Segurança, Saúde estrutura, e perdemos mais de uma hora e meia debatendo isso? (...) quantas vezes o Ciro já não atacou médicos, professores e nós nunca fizemos repúdio?”, disse.

Na Câmara Municipal, Wagner fez discurso se defendendo das acusações de Ciro, acusando o gestor de tentar “tirar o foco” do atual problema de Segurança no Estado. Ele contestou ainda as declarações dos deputados, sendo apoiado pelos vereadores presentes.

Embate

Nesta terça-feira, Ciro Gomes e Capitão Wagner protagonizaram dia de intensa troca de insultos e acusações no Facebook. Em sua página, o secretário acusou o vereador de ter envolvimento com milícias na PM. Em resposta, Wagner disse que, "caso não tivéssemos uma Assembleia Legislativa tão submissa”, Ciro estaria em um presídio. Em tréplica, o secretário reiterou críticas e disse que irá processar Wagner.

Em maio passado, Ciro Gomes chamou Capitão Wagner de “picareta” e o acusou de chefiar milícia na PM. Na época, as corporações policiais abriram investigação sobre o tema, que segue até hoje sem conclusão. O vereador chegou inclusive a defender abertura de CPI sobre o caso na Câmara Municipal, colocando a disposição seu sigilo telefônico. A proposta, no entanto, não seguiu adiante.

Redação O POVO Online