Se um dos motivos contrários à construção de viadutos em Fortaleza era o impacto visual negativo que causa a cidade, um projeto de indicação na Câmara Municipal busca amenizar a situação. De autoria do vereador John Monteiro (PTdoB), o projeto nº 0047/2014 propõe a criação do Programa de Adoção de Viadutos, com cobertura vegetal dos pilares e das laterais.
De acordo com o vereador, a adoção dos viadutos deve ser semelhante à adoção de praças, que já existe na Capital. O objetivo seria suavizar o impacto visual ocasionado pela estrutura de concreto. A diferença para a adoção de praças, segundo o projeto, é que o amparo aos viadutos tem a finalidade de dar-lhes um “revestimento de cobertura vegetal em seus pilares e laterais e propiciar uma integração maior com a natureza”.
De acordo com o projeto, poderão participar do programa de adição entidades da sociedade civil, associações de moradores, organizações não governamentais, sindicatos, pessoas físicas e jurídicas.
O documento explica que há três formas de adotar um viaduto: responsabilidade total, com custos de plantios, aquisição de mudas, mão de obra e outros custos; adoção com responsabilidade pela manutenção na qual o adotante responsabiliza-se integralmente pela manutenção da cobertura vegetal do viaduto; e adoção com responsabilidade pelo reembolso na qual o adotante responsabiliza-se pelo ressarcimento das despesas decorrentes do plantio e manutenção da cobertura vegetal dos viadutos executados pela Administração Municipal.
Segundo o projeto, como medida compensatória e de incentivo à adoção de viaduto, o adotante fica autorizado a fixar placa publicitária para sua divulgação institucional junto ao próprio viaduto.
O projeto de indicação atualmente se encontra na Comissão de Legislação, Justiça e da Cidadania e aguarda o parecer do relator.
Cocó
Em 2013, quando a Prefeitura de Fortaleza anunciou a construção de um viaduto na avenida Engenheiro Santana Jr. com avenida Antônio Sales, que atinge o Parque do Cocó, diversas pessoas, incluindo integrantes de movimentos ambientalistas e de mobilidade humana, acamparam no local como forma de protesto à intervenção. Além das críticas de que a obra não solucionará os problemas de mobilidade e do impacto ao meio ambiente, o aspecto visual negativo também foi ressaltado pelas pessoas contrárias à construção.
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