Ítalo Coriolano, editor-adjunto de Conjuntura
Em outubro do ano passado, quando o governo Dilma tocava uma reforma ministerial para garantir ainda mais espaço ao PMDB, e consequentemente tentar amenizar a crise que já era forte, lancei nesse mesmo espaço um questionamento: “De imediato, a presidente Dilma pode até conquistar certa tranquilidade. Mas e depois? O que fará a petista na hora em que o estômago do faminto PMDB voltar a roncar?”. Roncando está, visto que a perspectiva de alcançar o posto máximo de poder nunca esteve tão clara. Afinal, por que se contentar com uma parte se o todo está ali a alguns passos? A presidente da República agora colhe os frutos de uma aliança artificial que esteve longe de garantir melhores dias para o País. Ainda mais frágil, precisará mover mundos e fundos para se sustentar na cadeira palaciana, com cada um de nós pagando um preço alto pela estratégia desesperada e, por isso, perigosa. Contudo, minha preocupação vai um pouco mais além, oriunda dos gritos que se ouviram logo após oficializada a saída da sigla da gestão petista: “Brasil para frente, Temer presidente”. Confirmando-se o impeachment, tenho lá minhas dúvidas sobre os rumos que teremos com a ascensão da cúpula peemedebista ao comando do Executivo. Não podemos esquecer que esse mesmo PMDB foi sócio do PT no esquema de corrupção devassado pela Lava Jato, e que todos os nomes da linha sucessória de Dilma são citados na investigação. Nesse contexto, Polícia Federal e Ministério Público terão a autonomia necessária para limpar o esgoto da corrupção de forma eficaz? O que um PMDB tão atrelado a práticas atrasadas tem a oferecer de novo para pavimentar um caminho de boas mudanças? Que política econômica será implementada nos próximos meses, visto que o duro ajuste fiscal feito até agora, com apoio da legenda, não surtiu quase nenhum efeito? Os programas sociais serão mantidos? As ruas se contentarão com a solução Temer? Um pacto com a atual oposição é garantia de paz política? São dúvidas que a falta de clareza do partido e o histórico questionável lançam nesse momento tão nebuloso, fornecendo régua e compasso para previsões nada otimistas. Talvez a melhor solução seja mesmo um passo adiante, dando à população outra oportunidade de escolher o presidente do País. Porque tudo que está aí cheira podre.
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